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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O KARMA É TEU, "PANGARÉ DOS PAMPAS"


Um homem controvertido, Leonel de Moura Brizola nasceu no Rio Grande do Sul. Era de família pobre, mas tinha grande vontade de vencer na vida. Desde cedo se voltou para o dilema da Educação. Em seus mandatos no Rio Grande do Sul voltou-se com atenção especial para a construção do que ficou conhecido como as brizoletas - escolas feitas de madeira e espalhadas por todo o Estado. Neste ponto, os gaúchos muito devem ao fundador do PDT - Partido Democrático Trabalhista. Foram mais de mil escolas espalhadas pelo Estado, pois Leonel Brizola pretendia varrer o analfabetismo daquelas terras. Mas o Brasil é tradicionalmente anticonservadorista. Tudo nele é modismo. As brizoletas, atualmente, estão caindo aos pedaços e as que sobraram estão-se transformando em museus ou sendo desviadas de sua função inicial para outras que nada têm a ver com a Educação.


Bizola trouxe para o Rio de Janeiro sua determinação de combater o analfabetismo. Ali, convocou Oscar Niemayer para idealizar a construção de prédios práticos, fáceis e rápidos de serem levantados. Assim nasceram os CIEPS - Centros Integrados de Educação Pública. Brizola os espalhou por toda a cidade do Rio, desta vez, ao contrário do que tinha acontecido no Rio Grande do Sul, onde as brizoletas estavam "escondidas" no meio das matas rurais, os CIEPS surgiam sempre às margens de rodovias. A má língua dos seus opositores logo espalharam que o Governador servia-se dos CIEPS como um meio de se projetar socialmente. Este é outro vício imoral da polititica praticada pelos polititicos militantes: literalmente defecam sobre o que de bom seu oponente tenha feito. De tal modo se enxovalham reciprocamente que, no final, fica para o povo brasileiro a idéia estigmatizada de que todo político é corrupto e não presta. Assim como ninguém nasce bandido, também assim o político nem sempre entra para a Política já corrompido. Geralmente - e esta é a regra - o candidato a político sai do povo com uma idéia boa: consertar o que os já calejados na lide da polititica não mais desejam fazer. Vão para lá com a boa intenção de lutar pelo povo, aquele mesmo povo de onde saíram. Mas seus antecessores criaram uma escola enviesada na Política e tornaram o exercício do cargo algo tão elitista quanto elitista eram os antigos nobres, que se separavam com asco da "gentalha" sobre a qual reinavam e da qual dependiam, na hora em que o bicho pegava. O Brasil está, contudo, ainda que muito devagar, quebrando este castelo de corrupção ética, moral e cívica das oligarquias políticas nascidas nos coronelatos nordestinos, sulistas e de centro-oeste. Os novos políticos têm pela frenta a árdua tarefa de refazer as Casas Governamentais, não na estrutura de concreto, mas na estrutura moral que foi totalmente aleijada. Estão vencendo com a ajuda do povo que, despertado para os desmandos e os achincalhos dos coronés polítiticos pela incansável batalha da Mídia radiofônica, jornalística e televisiva, juntaram-se as mãos e começaram a forçar os "Senhores do Poder" a aprovar Leis que os atingem em cheio, como é a Lei da Ficha Limpa. A batalha contra a corrupção pegou fogo a partir do Governo do proletário ignorante que assombrou o mundo: o metalúrgico Luiz Inácio da Silva, o Lula. Ainda que durante seus oito anos os militantes de seu partido, o PT, tenham dado show de corrupção, exatamente por isto foi que a Mídia caiu matando em cima deles e o povo foi alertado. Afinal, não é à-toa que se diz que "Deus escreve certo por linhas tortas..."

Leonel Brizola entrou para o Governo do Estado do Rio de Janeiro com muito boa intenção. Mas não sei, e creio que ao certo mesmo ninguém o saiba, em dado momento ele se mancomunou com a criminalidade. Dizem as más línguas (inclusive a de sua filha, Neuzinha Brizola, que foi paciente em minha clínica) que ele já veio corrompido lá das bandas dos pampas de onde era nascido. No Rio, os contraventores do jogo do bicho logo fizeram pacto de aliança com o Governador e este foi fotografado, em vários carnavais, nas "suítes" dos bicheiros no Sambódromo, uma criação levada a efeito pelo Governador sob a orientação dos ditos cujos que, assim, passaram a ganhar rios de dinheiro à custa da liberdade de brincar dos cariocas. O sambódromo matou a euforia, a beleza e a liberdade carnavalesca carioca. A partir daí, os morros foram transformados em "currais eleitorais de Brizola". Como o poder dos banqueiros do jogo não era tão grande quanto o desejável por um político ganancioso, possivelmente por isto foi que Leonel Brizola levou para o Rio o tráfico de drogas e este, o tráfico de armas. Mais violentos, eles impunham à força das armas suas ordens que, no campo político, era "eleger o homem". Assim, Brizola conseguiu seu segundo mandato no Rio de Janeiro. Só que o controle sobre a criminalidade lhe fugiu das mãos. Eu assisti a assaltos a ônibus no Rio, nos tempos de Brizola, onde os bandidos gritavam, orgulhosos e com escárnio, para os passageiros assustados: "Não adianta chorar nem resistir que o homem é nosso". Foi a partir dos mandatos de Leonel Brizola que o Rio começou a mergulhar de cabeça no desespero da guerra urbana. A Polícia civil revoltou-se contra a desfaçatez do Governador, que protegia descaradamente o criminoso a ponto de proibir que fossem chamados de bandidos ou marginais e obrigar os policiais a tratá-los de "cidadãos". A Polícia Civil fundou a Escuderie Le Coq, que, no fundo, era um "esquadrão da morte", pois a filosofia era "não prendemos marginais. Nós os matamos". Fiz parte da Le Coq, na qualidade de Psicólogo, quando lhes ministrava cursos sobre Psicologia da Criminalidade. Por isto, sei bem o que intencionavam os policiais que dela faziam parte. Era um meio de retirar da Cidade Maravilhosa o câncer social que se espalhava perigosamente acobertado pelo Governador.

O que vemos acontecer atualmente na ex-Cidade Maravilhosa, como carros sendo queimados por ordens de bandidos altamente perigosos segregados em presídios que deviam ser de segurança máxima, é fruto daquela associação nociva do Governador Leonel Brizola com o crime organizado. Legado que deixou para muitos governadores após ele, como foi o caso de Garotinho e de sua esposa, Rosinha Mateus, que lhe seguiram a cartilha ao pé da letra. Então, o karma do desespero, da insegurança, das mortes de inocentes por balas perdidas e por assassinatos a soldo do Crime Organizado cabe quase com exclusividade ao finado Leonel Brizola. Mas ele não está sozinho lá em cima, não. Está na companhia de "gente muito boa", como o ACM baiano. Lembram-se dele? Pois é...

Um comentário:

  1. Quem quiser saber se estou divagando e falando besteira, basta procurar na Internet pelo nome do político aqui criticado que vai encontrar uma verdadeira biblioteca a respeito.E as revistas e jornais da época (Jornal do Brasil, Diário de Notícias etc...) também têm rios de informações não somente sobre este, mas também sobre outras figuraças de outrora. Quanto ao que vivi no Rio de Janeiro, naquela época, não posso citar senão minha vivência e nelas, acredita quem quiser.Se é carioca com toda a certeza viveu o mesmo clima e sabe do que falo.

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