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terça-feira, 9 de novembro de 2010

BRASILEIRO É UM POVO MUIIIIIIIITO SOLIDÁRIO...

A propósito de um e-mail que meu filho me repassou. Sim, discordo com a afirmação e os pontos amealhados para justificá-la de que somos um povo babaca e, não, solidário. E tenho alguns comentários a fazer a respeito do texto que está sendo veiculado pela internet. Primeiro, a respeito do sujeito sem escolaridade nem preparo até para ser gari, que o povo brasileiro elegeu para o cargo mais importante de nosso país. Sim, é verdade, até porque para ser gari no Brasil tem que ter Nível Superior e o Lula não tem nem mesmo o segundo grau completo. Mas o mais famoso presidente dos Estados Unidos, George Washington, também nem tinha o primário. Portanto, para se fazer grandes coisas nem sempre a Universidade é necessária, mas sim capacidade de realização e experiência de vida. Além disto, persistência, tenacidade, perseverança e liderança são qualidades que podem levar um homem aos píncaros da glória. Não se pode negar tais atributos ao metalúrgico sem instrução.

"Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para a pobreza". Bom, não sei se se pode considerar o povo brasileiro babaca só porque dá esmola a quem lhe estende a mão. É claro que o Governo tem a obrigação constiucional de amparar os pobres. Mas também é claro que o Neoliberalismo e a Globalização se esforçam para que o mundo realmente fique dividido na proporção 80% para 20%, onde, nos 80%, estão os que são pobres, até mesmo por ação dos globalistas e neoliberalistas. E se a pessoa tem alguma capacidade de observação, é justamente nesta divisão que o mundo atual está sendo repartido. Então, mitigar o sofrimento do menos infeliz que nós, os ditos "remediados" (para FHC parasitas da nação) não nos concede o direito ao epíteto nada honroso de babaca. Somos babacas porque elegemos para os cargos públicos gente absolutamente desqualificada, antipatriótica, criminosa, gananciosa, corruptível e totalmente apátrida. É por isto que podemos ser considerados babacas. Somos babacas porque, num arroubo de raiva frustrada, elegemos para Deputado Federal indivíduos como o palhaço Tiririca, nome que expressa justamente o estado de raiva impotente dos brasileiros, vítimas de sua própria desídia. Talvez por isto sejamos babacas...

"Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade". É, ONG's de direitos humanos são um porre, concordo. Mas somos um povo absolutamente primitivo e temos em nossa Identidade ainda muito forte a tendência à agressividade destrutiva própria da criança. E as crianças, qualquer um pode observar isto, são más com seus irmãos menores. Se uma criança mais velha pode bater na cabeça da mais nova com um martelo que esteja à mão e a mãe se descuida dos dois, tenha a certeza que o mais novo leva aquele galo de presente. Assim, em nossas cadeias estão o restolho da Polícia, os irmãos mais velhos dos presidiários, tão ou mais tendentes à criminalidade que os que estão atrás das grades. São sádicos que encontram um local propício para dar vazão ao sadismo que impregna suas Identidades.  Nem sei em que século o Brasil vai conseguir ter cadeias tão límpas e tão bem cuidadas como as dos Estados Unidos ou as da Europa (ao menos as que aparecem nos filmes). Mas sei que enquanto elegermos para nos dirigir gente iletrada, totalmente idiotizada na ciência da Política, como o Tiririca, vamos continuar merecendo que as ONG's dos Direitos Humanos se intrometam. Ao menos elas tentam aliviar o sofrimento dos presos que são absolutamente abandonados pelos senhores Deputados, Governadores, Senadores e Presidentes brasileiros.

"Não protestar cada vez que o Governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária. É coisa de gente otária". Será? Quem diz isto nunca visitou uma prisão brasileira. Nunca viu a miséria a que são jogados seres humanos que, por razões cujas raízes estão na Polititica Nacional Brasileira são obrigados a fazer rodízio para poder dormir por falta de espaço nas selas imundas, fedendo a cocô e xixi. Onde a maioria dos corpos criam escaras pútridas porque não podem tomar banho (se são felizes, fazem isto uma vez por mês e olhe lá). Onde a comida é tão imunda que até porcos a recusariam. Os prisioneiros não somente queimam colchões como até mesmo se matam entre si para conseguir chamar a atenção. Você já se imaginou matando alguém? Já se imaginou carregando a culpa pela vida retirada de outro semelhante que está nas mesmas condições que você, no mesmo sofrimento, e que você decide matar por desespero, para conseguir alguma atenção do mundo lá de fora? Não creio. Afinal, sendo babaca, você só pensa egoistamente em si mesmo, em seu umbigo, não é?

"Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão". Eu nunca vi um bobalhão alegre. Vi retardados alegres. Talvez se possa dizer que somos retardados e por isto é que somos alegres. Que bom! Afinal, sendo retardados em civilização social, mantemos algo que os europeus e norte-americanos perderam há séculos e séculos amém: a alegria de ser. E porque somos retardados alegres não nos metemos em guerras pelo mundo a fora e não temos líderes sanguinários como um Bush da vida; e porque somos retardados alegres produzimos maravilhas nos campos de futebol que encantam o mundo todo e nos fazem mais alegres ainda; e criamos belezas efêmeras nos blocos de carnaval, todo ano, e deslumbramos nossos visitantes com isto. É, somos retardados alegres. Mas nosso retardo é questão de História. Somos um povo muito novo; uma nação ainda nos coeiros. Há que relevar os erros dos infantes... Ou será que estou errado?

Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada." Bom, em qualquer país do mundo há imundices e são acompanhadas pelas populações dos países onde elas existem (exceto, apenas, no Japão). A diferença é que o mundo civilizado produz imundices - como o lixo atômico - e trata de enviá-los à socapa, para o que chamam de terceiro mundo, para depois, criticá-lo hipocritamente. Não é execrando a imundice das ruas; não é apontando a imundice dos boeiros e bocas de lobo; não é criticando a imundice espalhada pelas cidades brasileiras que vamos deixar de ser babacas. É cuidando de praticar mais a CIVILIDADE e exigir os direitos de CIDADÃO de TODOS e, não de somente um. É prestar atenção nos candidados que os PARTIDOS POLÍTICOS nos apresentam como opção para os cargos públicos. É pressionando por todos os meios disponíveis para que a POLITITICA nacional brasileira mude para POLÍTICA de qualidade. Só assim não haverá imundices para acompanharmos com a individual sensação de impotência e revolta, não é mesmo?

"Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira! Brasileiro é vagabundo por excelência". Discordo. Discordo frontalmente com o autor desta afirmação. Não somos vagabundos, ainda que sejamos escravos do Poder Econômico Mundial. Ainda que sejamos traídos por políticos apátridas, que nos tomam tudo o que de bom construímos e dão de graça aos estrangeiros à custa de alguns milhares de dólares corruptores. Construímos a EMBRATEL e retiramos de nosso cangote o tacão da bota da GAHAN BELL. Construímos a PETROBRÁS e expulsamos a cobiça sem freio dos barões do petróleo que tudo fizeram para nos roubar o ouro negro (e ainda continuam batalhando tenazmente para isto). Quem escreveu esta babaquice certamente nasceu depois de nosso Grito do Ipiranga nas Telecomunicações. Por isto é que diz o que diz. Nós somos um povo que, com o pouco que nos deixam ter, espantamos o mundo. E despertamos a cobiça nos estrangeiros que se mudam de malas e bagagens para nosso país e se assenhoreiam dos locais mais belos, porque, enebriagados pela beleza em que nascemos, ainda não atingimos maturidade suficiente para tomar conta do que é nosso. Mas o Brasil é mágico. A descendência estrangeira será brasileira e o que nos foi tomado retornará ao nosso seio, mais tarde, muito depois de nossa geração ter-se ido desta para melhor (ou pior, não sei). Não, brasileiro não é vagabundo (como pensa o digníssimo FHC). É sim, um povo exepcionalmente criativo, alegre e trabalhador.

Bom, há mais alguns argumentos que poderia colocar aqui, mas vou parar porque já está de bom tamanho. E peço ao meu filho que não seja tão entusiasta com pessoas que, mesmo sendo brasileiro, detratam-nos com asco, como se fossem diferentes de nós. Não são. Fique certo disto. Um abraço de seu pai que muito o ama e tem orgulho de você ter nascido brasileiro, com muita horna. 

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