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terça-feira, 19 de outubro de 2010

PSICOLOGIA PARA LEIGOS - ANSIEDADE, O MAL DO SÉCULO (V)

Trata-se de dois rostos ou de uma taça?
Venho falando de IDENTIDADE e você deve ter notado que ora me refiro à Identidade Pessoal, ora à Identidade Individual, ora à Identidade Física. vamos desfazer esta confusão, pois este modo de abordar a identidade faz parte singular de minha Teoria da Antropiatria Sincrônica Ressonante - TASR. Desde quando estudava Psicologia que eu implicava com o termo Personalidade. Uma vez que sou da velha guarda no que diz respeito à língua portuguesa, quando ainda se estudava a Gramática Evolutiva desta língua, onde se aprendia como as palavras de nosso idioma haviam derivado daquelas latinas, desmembrei o construto Personalidade e o que obtive foi:
      - per = preposição latina que significa "por" em português;
      - sonu(m) = palavra latina que significa "som";
      - dade = sufixo português que dá à palavra formada por ele o significado: "que tem a qualidade de". Ex: facilidade = que tem a qualidade de fácil; opacidade = que tem a qualidade de opaco; ruindade = que tem a qualidade de ruim etc...
Então, a rigor, personalidade pode ser compreendida como "aquilo que tem som; o que se comunica pelo som". É, faz sentido. Só que tudo na Terra tem som, logo, tudo na Terra se comunica pelo som - até a própria Terra.

Em Psicologia faz-se referência ao termo "Personalidade" como aquilo que é nosso ser social; nosso eu; nosso... uma porção de coisas. Há mais de cinqüenta definições para personalidade e nenhuma esgota esta palavra. Daí que é possível se dizer coisas como:
      - "É um clube de personalidade";
      - "É uma cidade de personalidade";
      - "A Mangueira tem personalidade";
      - Aquele cão tem personalidade"... e assim por diante.
      Mas digam: qual é a personalidade de uma cidade? Eu não sei. E nunca fui capaz de definir isto. Aliás, acho que ninguém poderá fazê-lo. Então, para mim, este termo "personalidade" é vazio. Não significa absolutamente nada. Pesquisando e lendo muito, verifiquei que algumas vezes autores de psicologia falam da "identidade" da pessoa. Fui ao dicionário Michaelis e vi que "Identidade" significa "conjunto dos caracteres próprios de uma pessoa, tais como nome, profissão, sexo, impressões digitais, defeitos físicos etc..., o qual é considerado exclusivo dela e, conseqüentemente, considerado, quando ela precisa ser reconhecida". PERFEITO! Identidade era o termo correto que devia ter sido  adotado pela Psicologia em vez da tal Personalidade. Identidade é o termo que afirma que algo é idêntico a si mesmo e não há outro igual a ele. Pronto. Toda pessoa é idêntida a ela mesma e não há outra que lhe seja igual. Por isto passei a dar preferência ao termo Identidade em vez do termo Personalidade para me referir ao "ser" de alguém. Este "ser", para mim, tanto diz respeito ao ego, ao "self" de alguém, quanto àquilo que chamam de Espírito ou Alma. Mas também diz respeito ao modo de agir, pensar e se posturar de alguém. Para mim ele é simultaneamente transpessoal (enquanto alma, espírito) e pessoal (enquanto modos específicos de agir, pensar etc...). E note que tanto em espírito quanto em corpo, todo indivíduo é isto mesmo: 'indivíduo, isto é: não divisível.

      Por que falo de Identidade Física, Identidade Individual e Identidade Pessoal? Plagiando a fé cristã, que diz que Deus é simultaneamente três pessoas distintas em um só Deus verdadeiro, também aceito que cada um de nós é simultaneamente três identidades distintas reunidas em um só ser verdadeiro. A Identidade Física nós a recebemos dos gametas de nossos pais. É este corpo físico, orgânico, que cada um possui e que traz em si uma herança fisiológica que lhe dá a aparência e as peculiaridades que lhe são únicas. Mesmo eu sendo o produto da cópula entre duas pessoas distintas, meu pai e minha mãe, sou fisiologicamente diferente deles. Então, possuo uma identidade Física única.
      E o que entendo por Identidade Individual?
     Ora, linhas acima vimos que indivíduo é aquela entidade que não pode ser dividida. Que é única. Que possui caracteres que são apenas seus. Tais caracteres tanto englobam as heranças físicas como a cor dos olhos, a aparência da face, a estruturação óssea, a cor dos cabelos, predisposição genética para determinadas doenças etc... (Identidade Física)  quanto englobam aqueles caracteres que constituem deduções ou induções derivadas das aprendizagens e cognições individuais. Assim, modos específicos de apreender uma realidade e compreender sua dinâmica, sua processualidade, são específicos de um indivíduo e são o resultado de como seu "Self", ou "Ego", ou "Espírito" trabalhou as informações que lhe chegaram a partir do mundo de relação e de aprendizagem exterior. Em outras palavras, mais coerentes com meu modo de pensar, que lhe chegam a partir do mundo do Mâyâ ou Mundo de Ilusão.  Constituem, em última análise, o modo idiossincrásico (idiossincrasia = constituição individual, em virtude da qual cada indivíduo sofre diferentemente os efeitos da mesma causa — Dic. Michaelis) através do qual o indivíduo sente, percebe e interpreta o mundo. Então, quando me refiro à Identidade Individual é para informar que estou fazendo referência ao ser único, específico, singular; àquele ser que aprende e que em cima de sua aprendizagem cria um mundo interpretativo e emocional que lhe é particular. Em última análise, àquele ser ao qual ninguém pode alcançar.

     E o que entendo por Identidade Pessoal?
     Entendo por "pessoa" o ser social, formado através da educação familiar, da aprendizagem escolar e da modelagem e aculturação social na sociedade onde nasceu, cresceu e vive. Por isto, a Identidade Pessoal é genérica e, quando várias são consideradas em conjunto, possuem igualdades e similaridades entre si que a Identidade Individual não apresenta. É por sua causa que a existência da vida comunitária é possível. É através dela que as pessoas se assemelham e parecem iguais em determinados modos de ser, pensar e agir. Veja, eu tenho minha Identidade Pessoal de Psicólogo. Portanto, de modo genérico, é factível que as pessoas me igualem a outras tantas que se formaram em Faculdade de Psicologia. Entretanto, eu tenho minha Identidade Individual de Psicólogo, que me torna único em minha profissão.

Assim como eu, você, leitor ou leitora, também possui esta constituição tripartite. E isto me parece lógico, considerando que vivemos numa dimensão trina, onde o Arquétipo Triângulo predomina em tudo. Veja, nossa Identidade Física é claramente conformada dentro dos ângulos do triângulo. Veja as juntas de seus corpo. Todas elas formam ângulos de um triângulo. Não vou adentrar este assunto, mas o que disse deve despertar sua curiosidade para o fato de que somos regidos pelo Arquétipo Triângulo, quer seja em nossa forma corporal, quer seja nas nossas relações com as coisas e os seres ao nosso redor. Mesmo quando uma pessoa está na companhia de outra há um dinamismo triangular, que compreende a pessoa, o outro e o processo interacional, que pode ser dinâmico (as duas agem) ou pode ser latente (as duas apenas estão presentes, mas sem ação). Por exemplo: tenho um gravíssimo dilema com minha mulher. Estamos, ela e eu, sentados na sala de estar. Não falamos um com o outro e não interagimos em nada. Ela lê um livro; eu, vejo tv. Entretanto, entre nós há um processo interativo latente, pois a qualquer momento um de nós poderá desencadear uma ação que requererá do outro uma resposta ou reação. Esse processo é perene e há sempre um quantum de energia presente nele. Energia que eu chamo de dinamismo. E isto não acontece apenas comigo e minha mulher, não. Acontece com qualquer a um a qualquer momento. O estudo deste fenômeno integra minha teoria da Antropiatria Sincrônica Ressonante, mas não vou abordá-lo aqui porque pertence à Área da Teoria Científica e é complexo demais para o leigo. Entretanto, é bom que você saiba que ainda quando não esteja falando com alguém que lhe está próximo,  há, entre vocês dois, um processo interacional latente. Muitas vezes o ambiente seguinte ou aquele num futuro mediato vai refletir o haver ou não, um de vocês dois ter tornado dinâmico o que era apenas latente. Muitos processos dinâmicos nos ambientes de sua vida poderiam ter mudado profundamente se você tivesse tido a iniciativa de quebrar a inércia do momento e ter tornado dinâmico  o que era tão-só latente. Por exemplo: você está numa festa e se vê diante do dono de uma grande empresa, na qual você poderia trabalhar porque está qualificado para isto. O homem está sozinho e chega até a lhe cumprimentar com um leve aceno de cabeça; então, configura-se aquele momento no qual tudo depende de sua iniciativa... Que não vem. O ambiente de festa passa e você adentra outro ambiente, o de seu lar. Ali, há a pressão por dívidas que o atormentam e que você não sabe de onde conseguir dinheiro para quitá-las. Tudo teria mudado radicalmente se você tivesse tido a iniciativa de entabular conversa com o empresário e com habilidade ter conseguido obter com ele uma entrevista de emprego. O processo interacional latente não foi alterado por você; não foi transformado em processo interacional dinâmico.  Por que? Esta é uma pergunta que muitos se fazem, pois têm plena consciência de que deixaram escapar uma oportunidade de ouro por razões que lhe são ou totalmente desconhecidas, mas íntimas; ou claramente conhecidas, mas aparentemente impossíveis de serem vencidas porque lhe falta, sempre, dinamismo positivo para tanto.

Estes assuntos que abordo aqui, a mim me parece que são de interesse de qualquer leitor. O deste artigo integra o grupo. Se você meditar com cuidado e se observar, vai descobrir quando, onde e como deixou que um processo interacional permanecesse latente e, depois, ligá-lo a alguma mudança para melhor ou para pior em sua vida, se você o tivesse transformado em processo interacional dinâmico. Não parece, mas estar atento a este fato faz uma diferença enorme no estado de felicidade ou infelicidade da pessoa. Aprenda, portanto, a observar as situações triangulares, mormente aquelas onde há outros indivíduos envolvidos com você. Aprenda a analisar os prós e os contras em modificar ou não, o satus quo do processo interacional latente que há entre você e o outro. Verá como a cada dia se sentirá mais senhor ou senhora de si e isto lhe trará auto-confiança que fortalecerá sua auto-estima e sua auto-imagem. Até o próximo encontro e

NAMASTÊ!
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