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domingo, 3 de outubro de 2010

"ALEA IACTA EST" ou, mais aportuguesado: "ALEA JACTA EST"

Pronto. Bem cedo, saí de casa e fui ao colégio onde tenho a obrigação de cumprir com o que dizem ser meu direito cívico e votei. Fui com uma certeza íntima: vou votar na Marina Silva. O resto é somente isto: resto. Mas quando me debrucei sobre a bendita urna... Cadê o número da Marina? eu não sabia. Fiquei perplexo. Passei o tempo todo exortando meus esporádicos leitores para votarem na mulher com aspecto de empregada doméstica, porque era a única opção do brasileiro e, ali, curvado sobre a tal urna, lembrei que não havia decorado seu número. Aliás, não havia decorado número de ninguém, porque nenhuma das "ofertas partidárias" valia a pena. Permaneci ali, curvado sobre a urna, pensando. E o que pensei? Bom, eu pensei o seguinte: "Não vai ser por falta de meu voto que a Marina vai perder o pleito, não. Ela perderá votando eu ou não. Portanto, se não estou disposto a sufragar nenhum dos outros, que para mim são perigosos no Poder - e lamentavelmente um deles, mais precisamente uma, vai ganhar, então, não tem importância se eu votar ou não na Marina". Ainda assim tentei descobrir o número da ex-senadora. Tentei o 11, não era. O 13, não era. O 14 deu voto nulo. O quinze, não era. O 16, o 17, o 18 e o 19, todos deram "voto nulo". Aí resolvi votar no 20, que também era voto nulo. Fiquei satisfeito. Mesmo que os votos nulos sejam  carreados para o "pau mandado" de FHC e neoliberalistas afins, ele não vai ganhar, portanto, estou vingado de qualquer modo. Afinal, estava no lugar onde sempre gostei de estar: assitindo o tristemente vergonhoso circo político de uma "cadeira de expectador". Se eu não morrer antes de 2014, quando haverá novamente votação para Presidente do Brasil (ou PRESIDENTA, pois o substantivo PRESIDENTE ainda tem o feminino reconhecido gramaticalmente, PRESIDENTA, em que pese o esforço denodado dos paulistanos para acabar com isto), aí, se a Marina Silva ainda for candidata e não houver ninguém  melhor que ela para a Cadeira Presidencial, então, voto nela com certeza. Mesmo que lhe esqueça o nome, levarei seu número.
Por que não votei em ninguém mais? Simplesmente porque eu me forcei a assistir a todos os programas eleitorais obrigatórios e o que vi ali sempre me causou nojo e náusea. Ah, minto. Votei, sim, em uma pessoa: votei no Governador para Goiás. e não foi no Iris Resende, deixo bem claro. Em 2012 haverá votação para Prefeito e Vereadores. Se eu não sair candidato (não fiquem chocados: pretendo ingressar em um partido político  para ser candidato, sim. O candidato mais brigão, mais encrenqueiro que vocês verão, e disposto a meter a mão na cara dos safadões que se meterem comigo - sou bom em Tai-Chi-Tchuen e Aiki-dô) e se a Lei da Ficha Limpa já estiver em pleno vigor, jogando fora da Política Nacional Brasileira os senhores ladrões de colarinho branco, aí, então, votarei em pessoas "limpas". O que não vai ser fácil, aqui em Goiânia. Os vereadores que aí estão, valha-nos Nossa Senhora do Bom Parto! Cada um é pior do que o outro. Alguém há de perguntar: "E qual a razão de o senhor desejar entrar na polititica, já que fala mal de todos os candidatos?" É simples: quero criar barulho pra valer. Vocês pensam que eu só vou  aparecer para invadir os lares dos goianienses nos dias da propaganda eleitoral obrigatória? Estão enganados. Vocês pensam que eu vou seguir a cartilha de todo político que não se preza e permanecer "oculto" na cadeira de vereador, tratando mais de interesses pessoais do que dos interesses comunitários? Ih, erram redondamente. E não vou fazer isto por duas razões tremendamente fortes: 1ª) Minha educação de fundamentação vitoriana, rígida, onde a palavra e o fio de barba valem mais do que mil documentos com firma reconhecida em cartório; 2º) Minha idade, que já não me permite mais ser fascinado pelas futilidades da vida, como roubar o dinheiro público ou  entrar em maracutaias para adquirir fazendas, comprar gado e acabar com o cerrado brasileiro; ou me atirar sofregamente à busca dos carrões, das camionetonas, dos jet-skys exibicionistas ou dos iates ultra-dispendiosos ou, ainda, de mansões nababescas. Não. Tudo isto perdeu o valor para mim. Sou aposentado do INSS e, antes de entrar para o clube dos que foram considerados "parasitas da nação" pelo infeliz FHC, lutei feito leão pelo Brasil em que acreditava. Um dia eu lhes conto de minha luta e vocês verão que não foi fácil. Quero chegar lá em cima para brigar pelos esquecidos, pelos abandonados, pelos que, como eu, quando jovens, empolgados deram seus melhores anos de vida para a construção do Brasil que a juventude de meu tempo herdou e que os políticos de hoje, saídos daquela mesma juventude irresponsável, faz de tudo para escangalhar. Alguém há de pensar: "Ih, vai acabar morto a tiros por um jagunço pago por algum político melindrado e vai ficar comendo capim pela raiz". Bom, é possível. No Brasil - e em Goiás principalmente -  os polititicos tendem a resolver seus dilemas a bala. Mas a morte é certa para todo mundo, portanto, por que temê-la? Depois, não vou lá pra cima sem uma boa proteção. Quando e se chegar lá no meio das cobras criadas, já vou sabendo quem é quem e de onde pode vir o ataque. Então...

Bom, voltando à "vaca fria" (nossa Polititica atual), como eu disse no cabeçalho deste tema, a sorte está lançada. A Dilma vem por aí e minha expectativa é: quantos escândalos vão estourar na continuação lulista do Governo? Serão protagonizados por novos atores ou os antigos voltarão com toda a força à cena? Afinal, o Obama criou o mote político que cabe como uma luva aos polititicos brasileiros: "Yes, we Can!" Dos antigos tenho a certeza que uma sarna danada de ruim vai ganhar mais força: os malditos "sem terra". Novas invasões; novas destruições de fazendas produtivas; novos desrespeitos aos direitos civis serão perpetrados à sombra do beneplácito governamental. Afinal, os malditos "sem terra" com toda certeza votaram em peso na Dilma - e os que não pretendiam fazer isto certamente tiveram de olhar para o cano de uma arma... Ou não? Eu acredito que sim e até prova em contrário, não arredo pé de minha crença.

Vocês estão lembrados do sujeito aí ao lado? Olhem a expressão dele! Era uma expressão profética e válida para o futuro que se inicia. Expressão de zombaria, de escárnio, de quem sabe que alijar os Carrapatos do Poder não é tarefa para qualquer Golias, não.  E sabe de uma coisa? Dos bandidos da Polititica Nacional Brasileira, esse carioca é, talvez, o único a quem admiro. Foi corajoso, não fugiu da raia e expôs tudo; sarjou o tumor quando não dava mais para esconder a safadeza da qual também fazia parte. E até hoje não sei se fazia parte porque era intrinsecamente bandido, ou se porque terminou jogando a toalha e adotando a filosofia popular: "Em terra de sapos, de cócoras com eles". Uma vez que onde estava só havia sapos, então, a melhor escolha era também coaxar para não ser atacado. Nunca irei saber a verdade, mas a expressão desse carioca sempre me deixa a dúvida. Roberto Jefferson, no final das contas, eu te admiro, cara. Nunca votarei em ti, mas que te admiro, ah, admiro sim. Como disse o Gilberto Gil:
"Alô Rio de Janeiro,
Aquele abraço!
Todo povo brasileiro,
Aquele abraço!"
E tu és Rio de Janeiro; e tu és Povo Brasileiro. Então, grande patife, aquele abraço!



3 comentários:

  1. Brito, vc é demais. Primeiro vc posta o versinho das rosas, amei demaisssssssssss!!! Lembra meu tempo de juventude e o romantismo que que me embalava. Depois, teus comentários sobre as eleições, gostei muito. Concordo com vc em gênero, número e grau!! Vc escreve muito bem amigo!! Um abraço e vamos aguardar o resultado da palhaçada de hoje...kkkkkkkk, beijuuuuuuuuuu
    Aída

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  2. Obrigado, Ayda. Um abração procê também. Nosso Brasil precisa ser visto com mais atenção por nós, não é mesmo?

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  3. Ué, tinha um escrito meu aqui; sumiu também? Quack! Não tô entendendo nada... kkkkkkkkk só rindo mesmo, não é?

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