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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

UM EXCERTO IMPORTANTE PARA OS QUE SE INTERESSAM PELA PERGUNTA: DE ONDE VIEMOS?

Creio que é recomendável que os que lêem os artigos que escrevo sobre nosso princípio, nossa origem, tomem conhecimento deste trecho retirado da obra de Mme Blavatsky (A Doutrina Secreta, Vol. III, Ed. Pensamento. Pg. 110 - 11).

"A primeira humanidade foi, portanto, uma pálida cópia de seus Progenitores; demasiado material, apesar de etérea, para constituir uma hierarquia de Deuses; demasiado espiritual e pura para constituir HOMENS - possuindo, como possuía, todas as perfeições negativas (nirguna). A perfeição, para que o seja verdadeiramente, deve nascer da imperfeição; o incorruptível deve ter sua imagem no corruptível, que será o seu veículo, base e contraste. Luz absoluta é Obscuridade absoluta, e vice-versa. Porque não existe Luz nem Trevas nos reinos da Verdade. O Bem e o Mal são gêmeos, produtos do Espaço e do Tempo, sob a influência do Mâyâ. Separai-os, cortando o laço que os une, e ambos desaparecem. Nem um nem outro existe per se, pois cada qual deve ser gerado e criado pelo outro, para que possa existir; ambos devem ser conhecidos e apreciados, antes de serem objeto de percepção; por isso, na mente mortal, importa que haja a separação".

"Contudo, uma vez que existe a distinção ilusória, necessita ela de uma ordem inferior de Anjos Criadores, para "criarem" Globos habitados, especialmente o nosso, ou para manejarem a Matéria neste plano terrestre. Os Gnósticos, com o seu espírito filosófico, foram os primeiros a pensar assim dentro do período histórico, e a elaborar vários sistemas baseados nessa teoria. Por isso, nos seus esquemas da Criação, vemos sempre os seus "Criadores" ocuparem um lugar no grau inferior da escala dos Seres Espirituais. Para eles, os que criaram a nossa Terra e os seus mortais habitantes estavam situados no limite mesmo da Matéria "mayávica", e aos seus partidários ensinavam - com profundo desgosto para os Padres da igreja - que, no tocante à criação das miseráveis raças que, tanto no sentido moral como espiritual, são o ornamento do nosso Globo, a responsabilidade não podia caber a nenhuma Divindade superior, mas tão-somente aos Anjos de uma Hierarquia inferior, a cuja classe relegavam Jeová, o Deus dos judeus.

"Em todas as antigas Cosmogonias se mencionam humanidades diferentes da atual. Platão fala, no Fedro, de uma raça de homens "alados". Aristófanes, no Banquete de Platão, refere-se a uma raça andrógina de corpo arredondado. No Pimandro todo o reino animal possui dois sexos. Assim, lemos que:

"Tendo-se completado o circuito, o nó foi desatado... e todos os animais que eram igualmente andróginos, foram desligados (separados) ao mesmo tempo que o homem...[porque]... as causas tinham que produzir efeitos sobre a Terra".

No antigo manuscrito quichua, Popol Vuh, publicado pelo falecido Abade Brasseur de Bourbourg, os primeiros homens são descritos como uma raça "cujo campo visual era ilimitado e que tinha imediato conhecimento de todas as coisas", manifestando assim o divino saber dos Deuses, e não o saber dos mortais. A Doutrina Secreta, corrigindo os inevitáveis exageros da fantasia popular, expõe os fatos tais como registrados nos símbolos arcaicos."

Vejam os leitores que há, aqui, duas assertivas de grande importância para nosso viver e uma delas para nossa compreensão da mensagem deixada pelo Rei dos Reis entre os humanos. A primeira assertiva é a que afirma que o Bem e o Mal são gêmeos, produtos do Espaço e do Tempo, sob a influência de Mâyâ. Remetendo-nos aos ensinamentos do Grande Mestre, em uma de suas sábias sentenças Ele disse: "Atire a primeira pedra aquele que nunca pecou". Esta sentença vai muito além do mítico episódio da prostituta a quem Ele teria socorrido e salvado de ser morta a pedradas. Ele ocultamente fazia menção a esta condição do homem enquanto submetido ao Mâyâ. Não falava para o leigo, ainda que sua fala os atingisse em cheio. Falava para os doutores da Lei e por isto os refreava em sua fúria assassina. Falava para seus discípulos, que Ele mesmo iniciara nos mistérios da Verdadeira Doutrina. Em outra ocasião, Ele disse: Não julgueis para não serdes julgados". Uma sentença pesadíssima para qualquer ser que viva nesta nossa Terceira Dimensão. Além de sermos produtos do Espaço e do Tempo, também o somos da Sociedade que criamos e esta se fundamenta totalmente no JUÍZO DE VALOR.

Somos seres produto do Tempo e do Espaço, logo, não temos como fugir à ação do Bem e do Mal, ainda que isto só aconteça enquanto vivermos sob o domínio da dimensão mayávica (isto é: ilusória). Então, é necessário que sejamos clementes com os que praticam o Mal segundo nossos juízos e nossos entendimentos sociais. De certo modo,  eles são nossos Mestres, pois nos mostram o que, de outro modo, não veríamos. Isto não significa que não devamos ajudá-los a partir de nossas Leis Sociais. As Casas Correcionais são necessárias - assim como o Mundo Etérico o é para os que partem da terceira dimensão física. Mas deveriam ser verdadeiramente correcionais e, não, escolas de violência, onde aqueles "mestres" são empurrados mais ainda para o fundo do poço. Por isto o Grande Mestre teria dito, no Sermão da Montanha, que "aquele que está preso e abandonado nas masmorras das prisões, paga sozinho pelo crime cuja responsabilidade é de todos". Se devemos ter Mestres com o calibre de um Jesus ou um Buddha, também devemos ter mestres no lado oposto da Luz. Mestres que vivem no caminho da dor, do sofrimento, do desespero e da escuridão da ignorância. Estes, mostram-nos o lado sombrio do Mal, irmão gêmeo do Bem. Se não devemos seguir seus passos nem tomar suas ações como exemplos, devemos, não obstante,  estender-lhes uma mão amiga, caridosa e salvadora. Atribuímos isto a uma plêiade de homens e mulheres eleitos pelo voto democrático, nas sociedades que se pautam por esta filosofia. Mas a maioria desses homens e dessas mulheres não conseguem resistir às tentações que os desviam de suas nobres missões, quiçá pela pouca instrução, quiçá por uma total indiferença para com a Verdadeira Religião, o certo é que rapidamente se tornam corruptos e se descuidam das atribuições que lhes foram delegadas. Muitos deles repetem como papagaio uma das mais valiosas sentenças do Rei dos Reis: "Vigiai e orai para que o inimigo não vos pegue desprevenidos". Por não se vigiarem e por não orarem em pensamento, palavras e obras, tornam-se rapidamente presas do Mal e enveredam por uma longa e árdua senda evolutiva. É curioso que eu fale assim, pois até pareço ser praticante de alguma seita exotérica cristã, quando isto não é verdade. Entretanto,  quem estuda, pesquisa e busca a Verdade além das verdades mundanas, necessariamente terá de se envolver com o Sagrado e quando isto acontece, torna-se religioso, embora não dentro dos antolhos das religiões exotéricas.

Eu disse que no texto de Blavatsky havia duas assertivas de grande importância para nosso viver e nossa compreensão do mundo onde vivemos, seja o natural, seja o social. A segunda assertiva é a afirmação de que todo animal possui dois sexos. O masculino e o feminino. Em nenhuma religião esotérica, desde que o mundo é mundo, fala-se em terceiro, quarto, quinto sexos. Nenhuma sanciona os desvios comportamentais e psico-emocionais relativamente à função sexual. Quando ocorreu a separação dos sexos, os Dhyânis o fizeram em dois: masculino e feminino. Não criaram gays, lésbicas, homossexuais, transexuais etc..., não. Estas condições surgiram depois, quando o homem encarnado criou suas sociedades angustiadas, medrosas, aterrorizantes, ansiogênicas e pervertidas no sentido da alteração da função natural da vida na Forma, que é o viver em felicidade e alegria. Quando eu cursava Psicologia, na Unversidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, uma experiência que me chamou a atenção foi a que fizemos com ratos. Em uma gaiola colocamos três casais de ratos e os mantivemos ali bem alimentados e dessedentados. Não se notou nenhum comportamento socialmente pervertido. Entretanto, eles procriaram e se multiplicaram. A gaiola ficou pequena para todos eles. Então, surgiram comportamentos agressivos-destrutivos, violentos e sexualmente desviantes. apareceram ratos homossexuais e a cópula entre eles passsou a ser praticada intensamente. Repicávamos experimentos feitos na europa e nos Estados Unidos. Sim, um fator que propicia o surgimento de comportamentos sexualmente desviantes é a intensa aglomeração de indivíduos em espaço insuficiente para eles. Tensão em alto grau requer descarga e o melhor meio de se obter esta descarga, o melhor e o mais rápido, é a cópula. Entretanto, a biologia mostra que a prática homossexual existe na Natureza natural, entre macacos, entre leões e entre outros animais. Muitos tomam estes comportamentos de animais evolutivamente inferiores ao homem como base para justificar os desvios sexuais humanos.  Particularmente eu não concordo. Acho que em nossa raça, tais comportamentos têm raízes complexas, não somente no fato da alta ansiedade ou no fato da incapacidade de lidar com as pressões internas, talvez secundadas por um processo maturiacional deficiente, que faz o indivíduo ser dependente emocionalmente de um semelhante de mesmo sexo. Seja como seja, não vejo tais comportamentos como normais, naturais e aceitáveis ao ponto de se defender o casamento gay. Primeiro que, para se formar um casal (de onde se deriva o termo casameto) é preciso e forçoso que haja um ser masculino e outro ser feminino. Um pênis e uma vagina. Não há casal formado por seres que sejam do mesmo sexo fisiológico. No máximo, há parelhas. E discordo frontalmente que a estas parelhas seja reconhecido o direito de adotarem crianças para criarem. Que tipo de psique resultará disto? É claro que tais acontecimentos - que ultimamente tem-se tornado tão intenso que desorienta igreja e legisladores -, precisa ser encarado de frente. A meu ver, não apenas aceitando como normal, como se trantando de opção sexual individual, não. Os desvios sexuais genitais, não criados no início da formação do homem, têm de ser ser estudados e pesquisados com muito mais profundidade. Se acontecem é porque há tanto fatores resultantes do modo doentio de nosso viver em sociedade, como, em consequência, de almas que se perderam em sua orientação transmigracional. Homens que se sentem inadequados em corpos genitalmente masculinos; mulheres que enfrentam o mesmo dilema. Pessoas essas que apelam para a mutilação de seus corpos a fim de encontrar a si mesmos. Um "si mesmo" que se perdeu algures, na dimensão temporal, em transmigrações anteriores. O dilema é complexo e requer que psicólogos, cientistas espíritas e cientista sociais se unam em busca de uma resposta satisfatória que não seja a simples admissão do fato como opção sexual.

Sei perfeitamente que com o exarar de minhas convicções pessoais acima, poderei melindrar alguns dos integrantes da assim chamada minoria homossexual etc... Não é minha intenção. Mas não é devido a melindres tolos que vou silenciar minha voz por temor a tal minoria. Se a ela é dado o direito de fazer passeatas e de pugnar por ser reconhecida e ombreada à maioria coartada, que também seja garantida a liberdade de expressão aos demais que têm optica diferente de enfocar o assunto. Aliás, liberdade garantida pela nossa Constituição. Não creio que devamos encolher-nos diante da tirania das minorias. O que silencia é conivente e eu não o sou neste modo de compreender este dilema humano. Ao contrário, acho-o instigante e se tivesse tempo (após os 70 a gente fica mais de olho na sepultura do que no futuro) eu voltaria à prática da pesquisa científica psicológica e procuraria formar um grupo muiltidisciplinar para levar a efeito um estudo profundo deste fato.

Teosofia é isto: ir além do que está escrito. Pensar, meditar e se aprofundar, pois os caminhos são muitos e eles levam às muitas "casas do Pai". Um destes caminhos é aquele que admiro e adoto: a pesquisa científica. Não com ceticismo nem com predeterminação do seu final. A pesquisa que procura uma orientação, não uma resposta, pois as respostas fecham as portas de quaisquer buscas e já aprendi que não há fim... Apenas recomeços.

Um comentário:

  1. Como sempre, nada pra ser contestado. O escritor tá de parabéns em tudo que escreve; a única coisa que se deve fazer, é "tirar o chapéu pra ele.

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