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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

PSICOLOGIA - A DIFÍCIL RELAÇÃO HOMEM-MULHER (5)

Talvez eu esteja simplificando demais o assunto, mas a família começa a se esfacelar a partir dos anos 50 do Século XX, quando começa a surgir a música rebelde denominada rock and roll. Timidamente no princípio, este estilo musical fortemente recusado no início pelos norte-americanos, sedimentou-se na Inglaterra. Dali retornou aos EUA através dos Rolling Stones, do The Who, de Eric Clapton e outros. Os Beatles ganharam notoriedade não somente em seu país de origem, mas também nos EUA e no mundo todo. Definindo-se como música de rebeldia, que visava quebrar padrões tanto musicais quanto sociais "burgueses", seus autores, roqueiros, buscavam sons mais ousados e mais agressivos e para isto usavam instrumentos exóticos e arranjos complexos. A guitarra elétrica tomou vulto neste meio devido à sua capacidade de poder emitir sons altissonantes capazes de entontecer seus ouvintes. Os roqueiros passaram, então, a apelar para as drogas com o fito de driblar o cansaço de noites seguidas de shows na base do fumo e do álcool. E eis que desponta como a flor do momento o famigerado LSD que tantas vítimas causou entre a juventude das décadas de 60 e 70. Foi sob o efeito alucinógeno do LSD que os Beatles criaram seu álbum mais admirado e aplaudido - Sht Peppers'Lonely Heats Club Band - em 1967. Como não sou um "expert" neste assunto, se cometo algum engano que mo perdoem os mestres e amantes deste estilo de música (que eu detesto, confesso).
As drogas passaram a ser consumidas não somente para aliviar o cansaço das noites insones, mas também buscando um prazer doentio porque falso. Além disto, os roqueiros descobriram que elas lhes proporcionavam estados de consciência alterados, quando, então, conseguiam os acordes e as notas mais tresloucadas e violadoras dos paradigmas vigentes na "cultura burguesa".
Todos sabemos que a música é um dos predicados humanos que o acompanham desde seu princípio mesmo neste mundo. Tanto na Psicologia como em outras áreas do Conhecimento, experimentos têm sido feitos para verificar a influência da música na psique do indivíduo e ficou comprovado que esta influência é profunda e pode alterar radicalmente o comportamento.
Todos também sabemos que nosso comportamento é moldado de conformidade com o meio onde interagimos. Se somos policiais e somos treinados na violência como modo de reprimir a violência, então, tornamos-nos violentos. Se somos médicos e somos treinados na Medicina para curar e, não, para matar, então nosso comportamento é sempre voltado para a cura de nosso semelhante e assim por diante. Não há como escapar da influência predominante do meio em nosso modo de interagir, sentir e perceber o mundo em que atuamos. Esta ionfluência nos advém da cultura onde estamos inseridos. Confúcio (551 a.C - 479 a.C), filósofo chinês, dizia que "a natureza dos homens é a mesma em qualquer parte do mundo; o que os separa são seus hábitos". E o que são estes hábitos senão a cultura que cada grupamento humano cria para si?
Heródoto (484 a.C - 424 a.C) dizia que "se oferecêssemos aos homens a opoção de escolher entre todos os costumes do mundo, aqueles que lhes parecessem melhor, eles examinariam a totalidade e terminaram dando preferência aos seus próprios costumes, tão convictos estão de que estes são melhores do que todos os outros". Sim, Heródoto estava e sempre esteve correto. Uma vez inseridos em uma cultura, nós tendemos a nos apegarmos a ela, a seus ritos e costumes, e mesmo que superficialmente adotemos uma cultura exterior por necessidade de convivência, ainda assim mantemos em nosso cerne mesmo o que é nosso desde quando nascemos.
O Brasil é muito jovem, quando comparado a outros países, como à China, ao Japão, à Índia, ao Paquistão ou, até mesmo, aos Estados Unidos da América. Assim, não se pode dizer que temos uma cultura. Em verdade, somos um caldo cultural e é por isto que somos tão admirados pelos outros países. Mas esta falta de cultura tradicional nos é muito prejudicial, pois temos uma plasticidade e uma maleabilidade que nos tornam muito vulneráveis aos costumes e às novidades que vêm de fora. Tínhamos herdado dos europeus portugueses uma tradição familiar rígida, com padrões bem claros de comportamento educacional. Mas não tivemos tempo de sedimentar uma adaptação daqueles padrões para um que se caracterizasse como nosso, qual é o caso do idioma. Nosso português difere tão profundamente daquele da terra mãe que nos sites na internet há o português de Portugal e o português do Brasil, pois não há como se fazer compreender pelos da santa terrinha quando se usa o português brasileiro. Assim, quando surgiu, como fogo devastador em uma floresta, nos dias 15 a 18 de agosto de 1969, o divisor de águas culturais denominado Woodstock, apregoado como uma Exposição Aquariana - Três dias de Paz & Música, o mundo compreendeu que nunca mais seria o mesmo. Sua paz, suas tradições iriam sofrer invasões e mudanças radicais. As propostas eram tão violentamente inovadoras para pior, que o festival programado para ser realizado na pequena cidade de Woodstock, foi recusado tenazmente por seus habitantes e, por isto, foi transferido para a cidade rural de Bethel, no estado de New York. Este festival lançou pelo mundo todo o modismo hippie, onde o sexo foi desamarrado de suas peias burguesas e as drogas liberadas em nome de estados de consciências alterados, capazes de propiciar maior excitação prazerosa na cópula. A camisa de vênus, cujo nome era pronunciado censurosamente até àquele ano, passou a ser falada abertamente, como camisinha, e se tornou tão popular e vulgar que com o decorrer do tempo e o surgimento de doenças sexuais mortais, como a AIDS, passou a ser distribuída gratuitamente nos festivais populares, como o Carnaval, no Brasil. Este hábito nascido da necessidade de o Governo proteger a saúde pública, enfraqueceu substancialmente o núcleo familiar, que já vinha sendo atacado pela rebeldia da juventude transviada e pela disseminação das drogas entre a população desta faixa etária. A procura e o consumo intenso das várias drogas surgidas no mercado incentivou a organização criminosa dedicada à sua produção e disseminação pelo mundo e o resultado é o que atualmente se vê: todos os países desesperados, tentando combater algo que é como um polvo maldito que uma vez mergulhado seus tentáculos entre o povo de um país não mais é possível tirá-lo dali.

No rapidíssimo esboço que fiz acima é possível ao leitor, mesmo os que não tenham tanta informação cultural, apreender minha idéia sobre uma das vertentes poderosas de mudanças radicais de nossos costumes e nossos hábitos: a música. Claro que não somente a ela coube esta triste glória. Muitas outras vertentes contribuiram forte e definitivamente para o acirramento do drama da família brasileira em particular, mas eu teria de escrever um alentado volume sobre este tema, o que não é possível num pequeno blog como este. Em continuação, falarei ainda um pouco a este respeito, antes de adentrar o estado da família brasileira neste início de Século XXI totalmente globalizado e neoliberalizado. Até lá.

Pense nisto e viste este outro blog, que também é meu. Compre meu livro, divirta-se e sinta medo:
http://asombraqueveiodassombras24x7.blogspot.com/



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