Páginas

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

TRAIÇÃO MARITAL. O QUE DIABOS É ISTO?

Todo nordestino - e isto ainda vigora muito forte no Século XXI que se inicia - coloca sua honra entre as coxas da mulher. Se por acaso a "peludinha" for solta em campo onde pastam outros "carecões", o "diabo sai da garrafa". O assim chamado e assim auto-considerado "cornudo" puxa da peixeira ou mete a mão no trabucão e sai feito alucinado buscando o o dono do "carecão" que papou a "peludinha" que era "dele". Veio a liberação feminina (à moda masculina, claro) e a mulher ficou livre pra dar a "peludinha" pra quem quisesse, desde que não fosse casada e se mantivesse devidamente escondida, pois ainda que liberada, a mulher que dá que nem xuxu na serra é taxada de "puta", "prostituta" etc... e vira a famosa "Geni" do Chico Buarque. É claro que no jargão dos machos, a fêmea é livre e tem direito ao seu corpo tanto quanto o macho... Desde que não seja aquela que se deita com ele na mesma cama após dizer o malfadado "sim" matrimonial. Que hipocrisia...
Quando a mulher "moderna" diz "sim" ao macho que escolheu (ou que a escolheu) para si, dá um salto atrás no tempo e passa a viver sob o regime social do Século XIX. Passa a "cheira a defunto" no dizer dos nordestinos.
"Se eu souber que meu marido me traiu..." Tenho ouvido esta frase inútil da boca de várias goianinhas "avançadas". Do mesmo modo tenho ouvido a contraparte: "Se a safada me trair..." Ou seja: ainda estamos, nós, brasileiros, presos às genitálias de nossos parceiros e parceiras. Ah, dirão alguns, então você defende a putaria solta; a libertinagem total. Não, nada disto. Defendo a idéia de que não devemos colocar nossa felicidade nas genitálias de nossos ou nossas parceiros ou parceiras. Antigamente o medo do homem (e isto vigora até neste século XXI) era que a mulher dele tivesse muito mais prazer na companhia do temido "Ricardão". E daí? Até hoje os homens se medem pelo tamanho de seu "pau". A preocupação com o tamanho e a grossura do dito cujo está o tempo todo azucrinando o coitado do macho brasileiro. Subliminarmente ele pensa que se sua companheira (namorada, amante, esposa etc...) deu pro Ricardão e se sentiu muito mais satisfeita com ele é porque o maldito tem aquele "pau" que ele não possui. Isto é que é complexo de castração. Qualquer médico e qualquer psicólogo pode confirmar que a vagina feminina só tem sensibilidade para o prazer orgásmico no primeiro terço de seu canal. Depois, ela é somente víscera. É por isto que com um dedo nada avantajado um homem pode estimular uma mulher que esteja disposta a se permitir gozar à vontade. A construção fraseológica não está complicada, não. NENHUM HOMEM FAZ QUALQUER MULHER GOZAR. Este é outro mito maldito. A MULHER É QUE SE PERMITE OU NÃO, TER ORGASMO. Se ela não quiser, o dedo do intrometido cai e ele não consegue que ela arrepie um único pelo do corpo (Ah, isto doeu no seu machismo? pois acostume-se. Você não faz nenhuma mulher gozar, seu tolo. É ela que se se permite ir ao orgasmo em sua companhia, ou não).  
Tamanho do pênis ou sua grossura não influem em nada na intensidade do prazer da mulher, idiota! O que influi é a Identidade do Homem que você é. Seu comportamento; sua postura para com a mulher; isto é que aumenta ou diminui o interesse dela pelo homem que você é. O resto é mito alimentado pela TV Globo e sua claque de escritores medíocres de telenovelas.
Eu não defendo que o lar de qualquer cidadão ou cidadã vire prostíbulo, não. Mas defendo veementemente que homens e mulheres coloquem a felicidade conjugal no relacionamento interpessoal. Valorizem o dar e receber carinho; o dar e receber afagos; o dar e receber atenção; o dar e receber companheirismo; o dar e receber cuidados; o dar e receber zelo. Pênis e vagina são tão insignificantes que a Natureza os colocou escondidos entre as pernas. Talvez uma mensagem filogenética que até hoje não foi compreendida pela raça humana. Uma mensagem que diz claramente: estes órgãos têm a mesma importância que seu fígado, seu rim, seu pulmão. Não os valorizem demais ou vocês serão imensamente infelizes. Todos nós temos orgasmos a todo momento. O orgamos da respiração é permanente. Se  não acontecer aquele "clic" que todos temos quando inalamos o ar e nos deixa plenamente satisfeitos; se, por mais que puxemos o ar, o tal "clic" não ocorrer, qualquer um de nós entra em desespero. Não houve o "orgasmo" respiratório na inalação. E quem sofre de asma sabe bem o que é este "clic". Por que não valorizamos este "clic" de satisfação respiratória com a mesma ênfase que valorizamos o orgasmo genital? Porque a Igreja complicou tudo com a pregação da tal unicidade marital "até que a morte os separe". Esta sentença maldita pegou que nem sarampo pelo mundo cristão ou cristianizado. E foi parar no vadimecum jurídico. Se a mulher encontra mais prazer com outro homem apesar de seu companheiro ser impecável no relacionamento, com toda a certeza é que algo muito além da relação interpessoal ocorreu entre ela e o "Ricardão". O ferormônio dele excitou-a bem mais que o do marido e vice-versa. Isto não somente pode ocorrer (e é cantado na TV como aquela "pegada") como ocorre com mais freqüência do que seria o desejado. Nós, "civilizados", destruímos nossa capacidade olfativa não somente com os condimentos que utilizamos em nossos alimentos, como também com o uso de perfumes agressivos que sufocam nosso cheiro natural. Transferimos a estimulação sexual coital que devia ocorrer na base do ferormônio para a estimulação artificial na base da aparência física ou de posses econômico-financeiras. E nos danamos literalmente. Não vai haver lei nem de Deus nem dos homens que conserte isto. Nós, seres econômicos, fizemos a besteira, então, nós é que temos de consertá-la.
Por que uma mulher não pode ter dois homens como parceiros naturalmente e o homem pode ter duas mulheres criminosamente? Há o complicador família, não é? Como explicar aos filhos que sua mãe deite com outro homem que não seu pai e vice-versa? Ora, se o erro de colocar a felicidade conjugal nas genitálias não houvesse sido institucionalizado, tal dilema entre os assim auto-proclamado  "civilizados" não teria ocorrido e os "civilizados" não teriam de encarar este dilema. Há sociedades em que a multiplicidade de parceiros é natural. Nem por isto as crianças necessitam de psicólogos ou um dos parceiros de advogado, para buscar solução para um "dilema marital", psicológico e social simplesmente porque ele não existe.
Promiscuidade é erro. E crasso. Só prejudica o promíscuo.
Não sejamos promíscuos. Sejamos LIVRES para nos buscarmos até mesmo na conjunção com outra pessoa diferente daquela com quem vivemos e por quem ainda somos capazes de fazer os maiores sacrifícios. Podemos sentir imenso prazer com um outro parceiro ou parceira no assunto coito e, no entanto, podemos saber que aquele parceiro ou aquela parceira só é bom ou boa para nós neste assunto e nada mais. Fazemos-lhe bem tanto quanto ele ou ela nos faz bem, mas só neste item insignificante da vida. Nosso companheiro ou nossa companheira de fé, camarada pro que der e vier, ainda é aquela pessoa de quem não abdicamos por nada no mundo. Pronto. Que tal pensar nisto e lutar EM SEU ÍNTIMO para MATAR A VELHARIA RANÇOSA DA TRADIÇÃO ERRADA QUE HERDAMOS DE NOSSOS ANTEPASSADOS?

Nenhum comentário:

Postar um comentário