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sábado, 18 de setembro de 2010

PSICOLOGIA - A DIFÍCIL RELAÇÃO HOMEM-MULHER (5.a)

ÀS VEZES O OUTRO É SOMENTE UMA FIGURA HUMANA VAZIA E INCAPAZ DE EMPATIZAR. E ESTE OUTRO ENGLOBA, TAMBÉM, O PODER PÚBLICO...

A rebeldia da década de 60 abalou profundamente os alicerces da sociedade brasileira. Éramos um povo que  vivia ainda demasiadamente preso à tradição da sociedade da época em que a economia era calcada na pecuária,  nos cafezais, na    agricultura de subsistência e na avicultura em geral. Os dogmas cristãos estavam ainda muito arraigados no imaginário e na vida social mesma dos brasileiros. Agora, entretanto, entre a classe letrada, instruída, a tônica das discussões centrava-se no que era pomposamente chamado o choque de gerações, onde se explicavam os novos valores como sendo uma busca de liberdade do jovem diante da opressão da educação burguesa. A mulher queria usufruir de seu corpo, de sua capacidade copulativa em pé de  igualdade com os homens e estes, espertamente ou não, davam-lhe todo apoio possível na busca por esta liberdade. Uma liberdade que decaiu, no conceito dos mais antigos, na prostituição das jovens de família. Rapidamente desapareceram os baixos meretrícios, lugares onde ficavam agrupadas as "mulheres de vida fácil" à disposição dos que necessitassem de "descarregar os sacos" sem compromisso mais sério. Em seus lugares surgiram os malfadados Motéis, lugares onde as prostutitas passaram a ser aquelas moçoilas de família que, nos domingos, comportadinhas, vão à missa e engolem hóstia, mas à noite vão dar lucro aos donos dos novos prostíbulos. Os motéis foram um tiro na estrutura familiar brasileira porque os valores éticos, morais e religiosos da família entraram em choque com os novos caminhos por que enveredava a juventude chamada de transviada. E se tornaram também o templo da famosa "traição marital", pois as mulheres e os homens frutrados no matrimônio jogam às favas o famos "até que a morte os separe" e vão serelepes colaborar com o lucro dos novos cafetões. A guerra entre pais e filhos transviados chegaram à mídia, que logo percebeu ali um rico filão de dinheiro. E tratou de se colocar ao lado da força que vinha de fora, apoiando as loucuras dos jovens rebeldes. Igreja e Mídia tiveram seus choques com a rebeldia dos jovens e a rigidez dos antigos. Também entre estas duas instituições sociais houve embates. A Igreja perdeu e com ela, a família brasileira. E surgiu o apoio ao assim chamado terceiro sexo, para horror e desespero dos mais tradicionais. O tal terceiro sexo logo virou minoria discriminada e a família lutava contra seus filhos se mesclarem com esta classe de gente. Por outro lado, a guerra fria entre EUA e União Soviética acirrou-se intensamente e por alguns meses o mundo esteve à beira da hecatombe. E o Brasil se viu no meio deste conflito insidioso e mortal. Espiões da KGB e da CIA zanzavam pelo nosso território instigando rebeliões através do atiçamento da juventude rebelada. A propaganda contra o Comunismo era intensa e levava à beira da histeria. Todo este fator político influía desastrosamente no núcleo familiar brasileiro. Os pais perdiam o controle sobre suas proles. A religião ia cada vez mais sendo deixada de lado por se chocar rigidamente com os novos anseios da raça humana. O aborto tornava-se cada vez mais freqüente, ainda que clandestino. A pederastia ousava surgir travestida de natural e horrorizava a família tradicional. As drogas, também, aumentavam seu consumo entre os jovens das classes média e média-alta. A corrupção dos políticos se tornava cada vez mais forte, até mesmo incentivada por disputas internacionais sobre a posse do território brasileiro e de seus tesouros minerais, de fauna e de flora.
O governo de João Belchior Marques Goulart, mais conhecido como Jango Goulart ou simplesmente JANGO, que durou de 1961 a 1964, quando assumiu o Brasil com a renúncia de Jânio Quadros, em agosto de 1961, acontecia num período em que o país entrava de vez em convulsão. Os militares não queriam a posse de Jango, pois o tinham como simpatizante do comunismo. Se era ou não, eu não sei e não tenho mais nenhum interesse em saber. Vivi intensamente aquele período, inclusive fui levado a tomar parte na rebelião dos marinheiros contra os oficiais, mas saí rapidinho do caldeirão, quando percebi que era uma fria daquelas. Eu nem era marinheiro! Em 1961 eu prestava serviço militar na Infantaria do Terceiro Regimento, em Niterói. Na verdade, aquela época foi totalmente inapreendida por mim. Eu via a agitação e não compreendia bem o que diabos estava acontecendo, pois não era nem um pouco chegado à militância política da UNE - União Nacional dos Estudantes. Ao contrário, sempre me mantivera afastado de seus militantes e, por isto, quando o país entrou em convulsão eu me senti totalmente perdido, desorientado, sem ter a mínima idéia do que acontecia. Era como se eu assistisse a um filme sem pé nem cabeça. Como militar, era mandado tomar conta de estações ferroviárias ameaçadas de depredação por hordas de gente enlouquecida com a propaganda partidária. Eu ia e cumpria com o que tinha de fazer. Mas aquilo tudo não fazia parte de mim. Ao contrário, eu tinha raiva dos oficiais que me treinavam para ser assassino profissional fardado.
No Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, o Pangaré dos Pampas, no dizer do jornalista David Nasser, que vivia desafiando Leonel Brizola para sair no braço, até que, em 26 de dezembro de 1963, no aeroporto Santos Dumont, levou dois violentos socos do gaúcho furioso com os ataques que lhe promovia o jornalista, Leonel Brizola, cunhado de Jango, encabeçava a denominada Campanha da Legalidade, com vista a garantir o direito previsto na Constituição de 1946, que afirmava  que na falta do Presidente, assumisse o candidato eleito a vice. No caso,  o Jango. Os empregados fundaram o CGG (Comando Geral de Greve) e as empresas entraram em desespero, pois as greves pipocavam por todos os lados. Por qualquer coisa eis que os empregados de uma empresa ou de uma indústria faziam greve e os prejuízos eram enormes para o país. Os estudantes badernavam à vontade - em todos as secções da sociedade. As escolas viviam quase sempre de portas fechadas devido às greves estudantis. Era o caos. E no meio disto tudo, as famílias perdiam cada vez mais o poder sobre a juventude delas egressa.
No meio político, o Pangaré dos Pampas conseguiu o apoio do Comando Militar do Rio Grande do Sul ao seu cunhado. Para sair da enrascada do 'se ficar o bicho pega; se correr o bicho come', o Congresso procurou a solução na instauração do sistema parlamentarista, onde o Presidente fica quase totalmente tolhido. Pode indicar, mas quase não interfere nas ações dos Ministros. No dia 7 de setembro de 1961, com o país em pé de guerra, Jango tomou posse tendo como seu vice o falecido Tancredo Neves, elevado, depois de morto, a herói da Política brasileira, mas que na realidade nunca fez nada efetivamente bom para o país, quando militou nas casas legislativas. Jango Goulart era um político conservador e, por isto, sua diretiva era no sentido de limitar a remessa de lucros das empresas internacionais para o estrangeiro; diminuir a participação de empresas estrangeiras nos setores estratégicos da economia brasileira e obedecer aos ditames do F.M.I. O Parlamentarismo foi derrubado através de plebiscito nacional e o Presidencialismo retornou ao poder.
As desigualdades sociais no Brasil eram muito grandes, gritantes mesmo. A inflação devorava não somente os salários, mas também a saúde do tradicionalismo da família brasileira. As reformas de base adotadas por Jango não deram certo e as desigualdades sociais só se incrementavam. Tentando colocar o país nos trilhos, Jango fez um grande discurso ao povo do Rio de Janeiro - no qual eu estava presente e onde quase apanhei dos cassetetes dos policiais - diante da Central do Brasil. Acirraram-se as acusações contra Jango, que era insistentemente tachado de comunista. E esta palavra, comunista, era verdadeiro palavrão aos ouvidos dos militares - possivelmente doutrinados pelos agentes da C.I.A. norte-americana. A classe média brasileira, espremida entre duas ondas de força, apoiou de imediato os militares. A Igreja, então, promoveu um apoio aos golpistas (ou anarquistas), organizando a fatídica Marcha da Família com Deus pela Liberdade. O Brasil rachava. A Igreja desejava, com aquela marcha, o retorno do status quo no qual ela se mantivera como a senhora dos destinos das famílias brasileiras. Por isto, buscava juntar-se ao grupo que se rebelava contra a dominação pelos conservadoristas simpatizantes dos EUA. 
O resultado da baderna e do caos que se espalhara pelo país foi que os militares, em 31 de março de 1964, assenhorearam-se do Poder e depuseram Jango, que se refugiou no Rio Grande do Sul.
Tendo eu sido criado dentro de um brutal caos familiar, desde muito cedo os mecanismos políticos eram confusos para mim, tanto no que devia ser uma família quanto no que dizia respeito à organização da nação. Servindo no Éxercito como fuzileiro e recebendo um treinamento de guerra rigoroso, no estilo "boina verde", pois havia a suposição de que o Brasil mandaria contingentes para a Guerra do Vietinã, eu ficava mais e mais alienado do caos social em função da baderna política. Assim, o pouco que digo linhas acima não faz parte de qualquer conhecimento que eu tenha adquirido por ter vivido dentro do caldeirão fervente que era o Brasil na década de 60. Foi colhido na internet e qualquer um poderá constatar isto, basta que busque os nomes dos políticos aqui citados. Mas o tema político e a História recente do Brasil não entram aqui senão como coadjuvantes do que realmente abordo. Faz parte do cenário para destacar razões fortes e totalmente fora do controle da família brasileira e que ajudaram no seu esboroamento. Como eu disse, este é um tema muito complexo porque há inúmeras vertentes importantes que atigiram em cheio a estrutura familiar no Brasil.
A par com a agitação social e política, havia a inflação galopante que solapava empregos, fechava lojas e lançava muita gente na informalidade, descendo-as de nível social, levando-as quase à marginalidade social (o que não é banditismo, mas sim uma exclusão social por incapacidade econômico-financeira). Os bolsões de pobreza que se alastravam pelo Brasil era o caldo ideal para a floração do Crime. E foi isto que aconteceu em todo o país. Como criminoso não nasce de pedras, mas sim do seio familiar, então, os marginalizados criminosos vinham de famílias sem opção de sustento, de educação e de sobrevivência. E no meu entender, a responsabilidade por isto é totalmente dos políticos, pois se fossem honestos e patriotas, não haveria tanta miséria no Brasil.
A liberdade sexual tornou-se libertinagem sexual e os prostíbulos mudaram de nome: passaram a se chamar motéis, lugar onde as prostitutas eram as filhas de famílias tradicionalistas, católicas, apostólicas, romanas ou protestantes. Os donos dos motéis seriam os gigolôs de outrora, mas agora eram empresários e não tinham que se preocupar com suas mulheres, pois a "mulher liberada" trabalhava para eles sem se dar conta disto. O sistema vingou e se tornou vigoroso, arraigando-se na incipiente cultura brasileira até nossos dias. Hoje, é tido como corriqueiro as moças adolescentes irem naturalmente saciar a sede de coito de seus parceiros e delas mesmas nas camas dos motéis, o que faz a alegria dos fabricantes de camisinhas e outros artefatos que satisfazem o sexo pervertido. Por isto, a herpes genital, a AIDS e outros males que antes eram ou raros ou inexistentes, são, agora, disseminados à granel, para alegria dos fabricantes de medicamentos paliativos - como é o caso do  Herpex, do Zovirax e outros da mesma cepa.

E a família? Esta, teve que buscar meios de se adaptar a essa nova realidade totalmente violentadora de seus padrões tradicionais de Moral e Ética. Os filhos passaram a ser superprotegidos pela Lei e, atualmente, se uma mãe der uma palmada corretiva no bumbum de seu filho, este pode contratar um advogado e metê-la na cadeia, para aprender a não ser violenta com a criança. No entanto, a criança violenta (veja-se, por exemplo, o  "gossip" da atualidade denominado BULLING nas escolas) não recebe punição. Por que? Eu continuo não compreendendo os meandros das políticas nacionais brasileiras.

O adolescente brasileiro, adotando os modismos importados do exterior, principalmente a rebeldia da juventude norte-americana, além de mandar às favas o tracionalismo no vestir, também o fez isto nas músicas e nos costumes. Passou a ser comum e "prafrentex" dizer palavrões aos pais ou diante de parentes, estranhos em visita aos seus lares etc... Passou a ser "chic" andar com o cigarro entre os dedos, fosse ele de tabaco ou fosse de maconha - este último dando "satus" ao adolescente que o adotasse. Passou a ser "moderno" não mais ser comportado nas salas de aulas das escolas de primeiro e segundo graus; sumiram das práticas escolares o hino nacional e a bandeira brasileira. A baderna, o desespeito aos professores e aos colegas era o "chic" entre a juventude transviada. Passou a ser moderninho transformar as salas de aulas das faculdades em templos de "encontros", enquanto os professores pregavam para ninguém suas matérias "quadradas". tudo virou de cabeça para baixo. Os pais de famílias já não mais sabiam como segurar as rédeas da prole e manter o barco familiar num rumo certo, pois este deixara de existir. Havia, sim, um mar revolto e o que deviam fazer nos novos tempos era tentar sobreviver.

A família brasileira nunca mais se encontraria...

A lei, igualando a todos por baixo, comete erros e injustiças. É claro que pais que violentam seus filhos com surras, prisões, torturas etc... têm que ser reprimidos. Mas a mãe que pune seu filho com brandura e visando recolocá-lo no caminho do respeito (como a criança birrenta, que no supermercado se lança ao chão aos berros e sem levar em consideração a condição de sua mãe) não devia ser igualada por baixo, como faz a Lei. Eu acredito nisto.

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