PREVIDÊNCIA PÚBLICA NA BERLINDA

Pelo bem do Brasil, não dá mais para ficar passando a mão
sobre as cabeças dos Marajás do Serviço Público - parece
dizer o Ministro do Trabalho.

A perseguição aos aposentados pelo INSS, graças à crise mundial, agora se estende também aos aposentados do serviço público. O cinto vai apertar. Agora, ninguém mais vai-se aposentar com o salário e as vantagens conseguidas durante o tempo de serviço público. Enquanto o servidor estiver trabalhando, ganhará uma baba, mas assim que se aposentar vai ficar com sua aposentadoria reduzida ao teto máximo estabelecido para o INSS, ou seja: R$ 3.691,00. E só os novos servidores podem pleitear participar do fundo de previdência complementar. Os antigos vão amargar descer do bem-bom para um aperto substancial do cinto. Vai dar a maior chiadeira. Bem maior que aquela da panela de pressão.

Houve uma época em que o desvairado Collor De Melo danou a "caçar marajás" das Estatais. Foi um terror e demissão em massa, a maioria injustificada. Ele, megalomaníaco, queria implantar já naqueles idos, o arrocho da Globalização no Brasil, quando no mundo todo isto ainda não estava sendo implementado. Agora, a crise financeira mundial (cuja raiz ainda estou esperando que alguém explique) faz que os governos se voltem para apertar mais ainda os aposentados. Mas há uma pergunta que não quer calar...

"Peraí, gente, a nossa classe é intocável. Nós vamos continuar com nossos privilégios financeiros, podem sossegar!"

O Político e o "Polititica" não são servidores públicos, não? Se não são, o que são eles, afinal de contas? Em que categoria se enquadram? Pois se fala em arrochar os aposentados, mas nada se diz das aposentadorias milionárias de políticos, polititicas, juízes, desembargadores etc... Afinal, o que são estes "seres de outro planeta" que ganham uma baba e se aposentam com ela até mesmo duplicada devido às gratificações e outras bonificações que incorporam ao salário na hora de se tornarem também "vagabundos da nação"? Acho que esta minha pergunta vai ficar no vazio tanto quanto aquela sobre a raiz mesma da tal Crise Financeira Mundial.

Os políticos realmente políticos estão tendo voz, afinal de contas, mas isto só acontece devido à tal Crise Econômico-Financeira Mundial. Todos eles, políticos e polititicas, começam a ver que a nuvem negra não vai escolher país para não atingir. O Brasil não cresceu este ano. Ficou no zero. Como ficará no ano que vem?

Com certeza o Congresso já deve ter começado a murmurar baixinho, com destaque para os Polititicas: "E agora? O que vamos fazer para salvar o nosso? O bicho tá pegando de verdade, gente. Temos de correr atrás do prejuízo. Já pensou o povão se levantando em grita contra nós? Afinal de contas, não somos os responsáveis pelo que os Banqueiros fizeram com a Economia Mundial".  Não, é certo que não. Ao menos na totalidade, pois alguns dos senhores bem que andaram chafurdando e bem fundo nas jogadas criminosas das Bolsas de Valores...

"Eu mando matar o primeiro safado que tente reduzir minha futura riquíssima aposentadoria, tô avisando!"

Não há um único político que não tenha um grande pé de meia por fora do Trabalho Público. Todos são, no mínimo, ricos. Então, não há qualquer razão para que se aposentem com liberdade de teto para seus proventos, enquanto a real massa trabalhadora (que me desculpem os petistas e os comunistas pelo uso do jargão deles) está condenada a amargar um aperto no cinto que, no final das contas, não vai resolver nada.

Não são os 29 milhões de aposentados e pensionistas do INSS (os quais, segundo as estatísticas viciadas do Governo Federal, dão um prejuízo de 35,5 bilhões aos cofres do INSS) nem os 960 mil aposentados do Serviço Público (que, segundo o Ministro do Trabalho, abriram um rombo de 57 bilhões na aposentadoria pública) que, apertados até não respirar, vão resolver a catástrofe econômico-financeira que  está prestes a desabar sobre o Brasil. Se nossos políticos não tivessem abaixado suas cabeças aos desmandos dos "polititicas" que dominaram o cenário Político Brasileiro por décadas e décadas, talvez estivéssemos em uma situação muito superior à em que nos encontramos.

Agora, acho que é bom lembrar que vivemos num mundo onde o Capitalismo só sobrevive à custa do Mercado e este, à custa do dinheiro do povo. Este dinheiro tem de ser suficiente para possibilitar ao povo a aquisição das mercadorias colocadas à venda em todos o comércio e em toda a indústria nacional. Se se retira do povo a capacidade de ganhar não somente para seu sustento, mas também para poder premiar-se com os benefícios eletroeletrônicos que são despejados às toneladas nas lojas e em todas as esquinas de todas as cidades do mundo, então, salvo melhor juízo, o Mercado vai parar por falta de comprador e esta estagnação vai redundar em grandes prejuízos para os industriais e os banqueiros, os quais se voltarão para se auto-devorarem furiosamente.

"Não é nada disto, gente. Senta que o leão é manso", parece dizer o Ministro Guido Mantega. Mas não aconselho a irem na conversa dele.

No Brasil, são os polititicas e os políticos os maiores donos de indústrias e negócios comerciais. Então, se não estou enganado, são eles os que mais serão atingidos pela falta de dinheiro para colocar o Mercado em andamento constante. Vejam como a coisa se apresenta ao meu entendimento: gananciosos, os polititicas-industriais apertam os juros e restringem a capacidade de o povo gastar. O Comércio varejista é o primeiro a sofrer uma parada brusca. As lojas ficam às moscas. Enquanto isto, através de maracutaias e grandes golpes nos cofres públicos, os polititicas desviam montanhas de dinheiro para suas contas bancárias e, para salvaguardá-lo de um crise nacional, transferem suas fortunas para contas no exterior. Mas lá, a quebradeira está amargando tudo. Eles mergulham de cabeça na espiral sem fundo das crises financeiras mundiais. Descapitalizado, o brasileiro se aperta para somente sobreviver, com uma aposentadoria que só dá para comprar parca alimentação, pagar aluguel em casas no subúrbio bem longínquo e adquirir algum remédio. Certo mesmo o brasileiro só tem o Seguro Funerário. Isto, nem quem ganha um salário mínimo dispensa. Cuidadoso com seu próprio cadáver o brasileiro é. Então, gostando ou não, os polititicas têm que dar o braço a torcer aos bons políticos e se juntar a estes para mudar o cenário sombrio que se delineia no horizonte do Brasil. Creio que é isto que o pessoal do PT está fazendo, mesmo a contragosto.

"Ei, não aponta só pra mim, não. Há mais gente neste balaio, eu garanto!"

Pelos quase doze anos no poder, o PT já mostrou a toda a nação brasileira o quanto de ladrões há militando em suas fileiras. Desde a mais fina nata da corrupção, até à mais grossa lama da politicagem dos vereadores petistas, deminstas, pmdbistas, pdtistas etc...

Entretanto, a pressão Econômico-Financeira está quase igual àquela dentro de uma panela Rochedo. A Saúde Pública vem matando mais que a peste bubônica, antigamente. Por que? Descaso político. E o pior é que quem está morrendo à míngua são os aposentados que sustentam as famílias de seus filhos e de seus netos, os quais não conseguem bons trabalhos que lhes paguem dignamente. As pessoas da Classe Média Baixa estão voltando à beira do precipício. Procuram sub-empregos ou empregos de terceira categoria, quase sempre como autônomas, o que "causa prejuízo aos cofres públicos porque tais pessoas não pagam impostos". A ilusão das bolsas-esmolas começa a se desfazer. Tais bolsas não resolvem o dilema crucial do Mercado e só aumentam o "déficit fabricado" do INSS. Aí, os políticos e os polititicas se voltam para apertar a bolsa do povo. Mas eu pergunto: quem aperta a bolsa do político e do polititica? A resposta é NINGUÉM. Mas se não há um grupo de pessoas capazes de apertar os políticos, O Mercado faz isto e com uma proficiência de arrepiar. Eles que o digam, aqui, no Brasil, e lá, no Exterior.

O diabo é que não são somente os políticos e os polititicas que estão dançando na corda bamba, não. Todo o Brasil e todo o Mundo está nesta enrascada. Quem vai cair primeiro? Que povo, no mundo todo, vai despencar de vez no abismo da miséria sem saída? Só posso dizer que são muitos os candidatos e mais aparecem todo dia, a crer nos noticiários televisivos. Nem os Estados Unidos escapam desta candidatura macabra...

Bom, como se diz aqui no nosso país: "Se a curra é inevitável, relaxa e goza". Só não sei dizer é se o povo terá tesão suficiente para fazer isto...