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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

REFLEXÕES (2)

Continuando a reflexão desenvolvida anteriormente, vejamos uma contradição incompreensível deixada na Bíblia sobre as declarações de Jesus. Tomemos as citações anteriores: "A tua fé te salvou"; e  "ora em silêncio ao teu Pai que está nos céus" e comparemo-las com estas outras: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; quem não vier após mim não chegará ao Pai" (conforme constava da Bíblia que eu lia, em latim).  O pronome de tratamento "Tu" indica que quem fala dirige-se a uma outra pessoa. Nas orações de Jesus, ele imputa ao outro tanto o ter conseguido sua cura quanto o modo correto de orar. Distingue-se bem do outro. Não se vincula a este outro. Então, o Mestre não toma sobre os ombros a responsabilidade do outro. Ao afirmar ser o caminho, a verdade e a vida, Jesus não se arrogava nenhum privilégio junto ao Deus hebreu, mas sim afirmava sua nova mensagem, totalmente diferente daquela deixada por Moisés, pois é sabido por qualquer cristão que o Grande Mestre viera para revolucionar as Leis vigentes entre aquele povo. Leis de vingança; de retaliação; de beligerância. A Lei do dente por dente e olho por olho. A Lei que afirmava que o povo hebreu era o escolhido de Deus e o resto era somente o resto. Que dizia que Deus era o Senhor dos Exércitos, rancoroso, malicioso, vingativo, punitivo etc...; a Lei que mandava que se fizessem sacrifícios de animais para agradar a Deus e assim obter d'Ele que se dignasse ouvir os rogos dos Rabinos do Templo (ritual que até hoje o Candomblé pratica, não para obter as graças do Deus Hebreu, mas para conseguir o beneplácito de Exu, o mensageiro dos Orixás). A mensagem do Grande Mestre afirmava exatamente o contrário: Deus é o Pai de todos os homens sobre a Terra e a guerra entre eles não tem o aval do Senhor, o Pai supremo da bondade, da caridade e do perdão. Jesus pregava a prática da Caridade, da Humildade e do Amor ao próximo, tudo o que não era praticado pelos hebreus e pelos romanos, em sua época. Entretanto, se olharmos atualmente a passagem citada em João, 14; 6, o texto foi alterado para: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; somente por meio de mim é possível chegar ao Pai". Esta nova versão das palavras do Grande Mestre desmerece-o covardemente. Esta forma está contida na Bíblia evangélica que me foi presenteada por um amigo seguidor desta seita. Na Bíblia católica (ao menos numa versão mais antiga), a forma é diferente: " Eu sou o caminho, a verdade e a vida; quem não vier por mim não chegará ao Pai".  Entretanto, ambas as formas estão conspurcadas. Jesus nunca assumiu a cruz de ninguém e não seria tolo de o fazer. A cada um conforme seu merecimento - esta foi Sua sentença. Por que Ele assumiria o que a outro competia? Seria, no mínimo, um usurpador. No entanto, sua oração correta foi: "quem não vier após mim..." significando que aquele que não seguisse sua nova doutrina, não conseguiria a salvação. O Mestre dos Mestres dizia que após sua pregação, tudo o mais estava defenestrado e o Caminho da salvação abria-se somente aos que a seguissem. Foram Suas palavras: "O caminho que leva aos céus é estreito e espinhoso, mas o caminho da perdição é amplo e florido. Escolhei o caminho estreito e esforçai-vos para seguir por ele, pois muitos serão os chamados, mas poucos os escolhidos".
O Rei do Reis jamais pretendeu ser o Atlas dos crimes e pecados humanos.
A contradição entre as falas de Jesus foram propositalmente inseridas na Bíblia porque os que se disseram seus representantes na Terra precisavam conseguir Poder sobre os ignorantes da Verdadeira Mensagem do Mestre. Então, resolveram transformá-lo no "bode expiatório ad eternum" dos pecados humanos. A Ele competiria estar de plantão por todo o tempo de existência da humanidade somente para atender aos rogos que lhe chegassem através dos templos onde Seus pseudos representantes pontificassem. Criou-se, então, esta estranha e ridícula hierarquia: O Padre (ou o Pastor) como o representante do Cristo; o Cristo como intermediador dos rogos dos fiéis; e finalmente Deus, cuja benevolência só pode ser concedida se e quando um Pastor ou um Padre interceda junto a Jesus (Seu único Filho na Terra) e Este, junto ao terrífico Deus hebraico-cristão. Deste modo, Padres, Pastores etc... conseguiram um poder de domínio muito grande sobre as mentes preguiçosas dos que aderem aos seus bla-bla-blas repetitivos, cansativos e estupidificantes. No catolicismo a pessoa é reduzida à condição de eterna mendicante dos favores de Deus através de Jesus, Seu filho unigênito; todo fiel cristão católico é um eterno miserável e até no nascimento já vem com o estigma do "pecado original", porque foi concebido através da cópula de seus pais (atualmente esta visão foi modificada, visto que sexo coital é banalizado no mundo todo e até mesmo incentivado pela Medicina e pela Psicologia como medida salutar para o corpo e a mente da pessoa e a Igreja Católica já não consegue reprimi-lo como fazia antigamente. Então, o pecado original voltou-se para o suposto crime de rebeldia cometido por Adão); no evangelismo a pessoa é reduzida a um brutal estado de histeria e condicionada a adorar a Jesus (já promovido à condição de Deus) aos gritos desesperados de Aleluia, Aleluia, Senhor Jesus! Não era isto que Ele desejava que se fizesse em Seu nome, com toda a certeza. Quando Ele disse "entrai em vosso quarto, fechai a vossa porta e orai em silêncio ao vosso Pai que está nos céus que Ele vos dará conforme vosso merecimento" de uma única tacada jogou no lixo todo e qualquer poder venal dos homens autopromovidos a representantes de outros diante do Altíssimo. Afirmou categoricamente que cada um tem de fazer por onde ser merecedor da Graça solicitada. Fez do coração (Chakra Anahata) de cada um o Tabernáculo do Divino. Um tabernáculo que só pode ser adentrado por aquele que realmente tenha conseguido a pureza necessária para ser merecedor da atenção do Supremo. Eu não creio que na atualidade neoliberalista e materialista-teconocrática-consumista haja uma única pessoa que realmente tenha este tabernáculo pronto para ali adentrar e realmente fazer uma oração merecedora da Atenção do Senhor.
Estudando a verdadeira mensagem de Jesus é possível vislumbrar-se Sua constante referência à Roda das Encarnações - a Mó das Almas. Quando Ele se exime da assunção das resposabilidades cármicas dos outros e somente procura indicar-lhes o caminho por onde safar-se desta Lei deixa muito claro que a não observação de Suas recomendações não permitirá que o crente se salve da pesada Lei do Retorno (Lei do Carma). A Salvação a que se referia não dizia respeito a uma vida eterna, cheia de bonança ad infinitum, não. Dizia respeito ao rompimento com o Carma e à liberdade da Alma, na forma muito avançada do Espírito, para a realização de missões superiores, como a que Ele veio desenvolver entre os cegos e ignorantes humanos. Sua belíssima mensagem, entretanto, vem sendo obscurecida através dos Concílios realizados pelo Vaticano e através da imensa cegueira dos Pastores. Por isto é que Ele prevê sua volta triunfal. Não que venha sentado à direita de Deus Pai para julgar vivos e mortos, nada disto. Ele ressurgirá de alguma forma com total força através de Sua imortal mensagem, a qual, de algum modo que eu não consigo vislumbrar, voltará a brilhar com toda a beleza original, despida do manto da ignorância com que atualmente está recoberta e onde está escondida e humilhada. É nisto que eu creio.

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