Páginas

sábado, 23 de abril de 2011

TUDO É MEDIDO, PESADO E AVALIADO EM US$. QUE LÁSTIMA...

A imagem do descaso político nacional brasileiro
"Mal começou a temporada de tornados nos Estados Unidos e os furacões já deixaram prejuíos de milhares de dólares..." Assim o repórter do Jornal Nacional deu a notícia. E eu fique recordando que quando acontece uma calamidade similar a notícia é sempre dada através de uma avaliação econômica. A dor, o desespero de quem perdeu tudo, o sofrimento dos que não são lembrados não aparece senão como recheio para conseguir audiência. Não é o humano que importa, mas o que ele criou: dinheiro.
Não é certo avaliar as perdas humanas com destaque para o prejuízo econômico. Não é a criação que importa, mas o criador. Não é o US$, mas o homem, sua família, sua  luta em prol de uma vida menos desconfortável. No Brasil, assim como no Haiti, depois de noticiários bombásticos sobre as desgraças sofridas por parcelas significativas destes países, um por terremoto, outro por enchentes desastrosas, a Mídia deixou tudo de lado. E os que foram atingidos caíram no esquecimento. Eles já deram o IBOPE esperado. São "ossos chupados". Estão vivendo sob barracas de lonas, em situação precária enquanto os Governos se voltam para "assuntos mais importantes". O que poderia ser mais importante do que ajudar o cidadão que perdeu tudo, até a sua dignidade civil? Os políticos rapidamente se voltaram para seus próprios interesses, suas roubalheiras, suas manobras corruptas para o desvio do dinheiro público. O mesmo dinheiro que poderia resgatar aquela gente sofredora de uma situação angustiosa, desesperadora. Como um desses políticos se sentira se se visse subitamente no lugar de um dos infelizes que perderam tudo? Como se sentira se sofresse o mesmo abandono que os infelizes sofrem dos políticos? Aposto que urraria desesperado e cheio de patriotismo. Tão cheio de patriotismo como jamais em sua vida mesquinha teve uma faísca sequer. No Brasil a briga toda é com relação à Copa do Mundo de Futebol. Milhões de reais somem nos esgotos da corrupção e tudo está atrasado. Os que realmente são bons políticos estão sufocados, impotentes, pois a força dos maus políticos os sufoca. A roubalheira é descarada e generalizada. Aeroportos não têm suas obras prosseguidas depois de iniciadas porque se descobriu manobras de superfaturamento e desvio de verbas. E o processo se arrasta como uma cobra aleijada, enquanto o tempo se esgota rapidamente e a nação brasileira se vê na iminência de pagar aquele mico internacional. Mas isto não importa para os que não têm Consciência Cívica. O que lhes interessa é que engordaram em mais alguns milhões de US$ suas contas bancárias. O que lhes interessa é pagar a um batalhão de advogados tão ou mais corruptos que eles, para enrolar e procrastinar os processos que deveriam estar respondendo nas barras da Justiça. E a avidez é tão imensa que até as verbas para os desabrigados são desviadas ou barradas até que encontrem um meio de surripiá-las e embolsá-las. Hoje, chorei diante da TV vendo o Luciano Hulk batalhando para dar uma casa àquela senhora que perdeu sua cadelinha no desespero para se salvar agarrada a uma corda, enquanto as águas torrencias rugiam devorando tudo. O trabalho do Luciano é lindo, meritório. Pena que ele é apenas um no mundo televisivo onde o que importa é a exploração descarada e descabida da sexualidade mórbida e corrompida. Que o Criador faça descer sobre o Luciano Sua bênção divina. Não há palavras com que se possa descrever o seu trabalho, mesmo sabendo que para tanto ele aufere grande lucro pessoal. Mas é merecido, pois só ele e Deus sabem de seu esforço para manter aquele programa no ar. Enquanto o tempo escorre lépido por entre as mãos de todos, ele vai fazendo a alegria de alguns poucos. No final, quando juntadas todas estas pessoas, elas serão corações imensamente agradecidos àquele que lhes deu novamente uma esperança de vida e uma oportunidade de voltar a se sentirem dignos de serem cidadãos. Mesmo num país onde a Política ainda patina na lama da Polititica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário