Somos como pedacinhos de vidro colorido em um caleidoscópio. A sociedade em que vivemos, interagimos, observamos, aprendemos, ajuizamos e criamos uma realidade particular para nós é o resto do instrumento. Um caleidoscópio jamais repete uma figura e o pedacinho de vidro que integra aquelas formas também jamais apreenderá a figura de que faz parte em um dado instante. Mal e porcamente ele poderia perceber os vidrinhos adjacentes e só no decorrer do tempo durante o qual, quem estivesse manipulando o tubo, ficasse parado. Tão logo o manipulador mexa com o tubo e tudo se altera. O pedacinho de vidro que é a gente é, então, colocado em nova posição e em contato com outros pedacinhos já bem diferentes daqueles de instantes atrás.
Somos como pedacinhos de vidros no caleidoscópio da vida social.
A gente pode passar pela realidade de uma sociedade e não prestar atenção a ela. Quem passa assim, existiu, mas não viveu. A gente pode passar por uma sociedade atuando ativamente dentro dela. Quem passa assim, só se dá conta do que fez quando, finalmente longe dos movimentos caleidoscópicos, pára para olhar para trás e se encontrar nos fatos que ficaram registrados em sua lembrança. Fatos que, por serem tão pequenos e restritos apenas a uma pessoa, jamais retratarão toda aquela realidade, mas porão em destaque profundamente o que mais lhe marcou, o que mais lhe machucou, o que mais lhe decepcionou e o que mais se converteu em erros que gostaria de poder apagar e não pode.
A sociedade é constituída de estratos que se organizam segundo o poder aquisitivo das pessoas, o poder de barganha de influência, o poder da organização a que pertence, o tipo de moradia em que vive, os objetos que adquiriu para sua casa, o tipo de emprego em que trabalha, a distância ou a proximidade de sua residência com os bairros considerados mais bem aquinhoados e mais luxuosos, o tipo de automóvel que dirige... Enfim, somos como pedacinhos de vidros no caleidoscópio da vida.
O pedacinho de vidro que sou eu gosta muito de ler. Mesmo que sejam assuntos que lhe causem revolta, pois este pedacinho de vidro não tem bem definido o conceito de certo ou de errado numa Sociedade Globalizada onde nada escandaliza e nada deixa de escandalizar, tudo só dependendo do momento em que sucede. Uma Sociedade Globalizada onde Moral, Ética, Honra e outros valores de outrora deixaram de existir ou foram tão elastificados que perderam a forma, os limites e o valor. Uma Sociedade Globalizada onde se pode fazer de tudo, desde que seja às escondidas. É isto que vejo no pequeno espaço que há ao meu redor e que vejo através da enorme janela que a internet abre diante de meus olhos. O caleidoscópio da Sociedade Globalizada está sendo manipulado e tudo muda tão rapidamente que estonteia. Então, quando viajo através da janela da internet vou encontrar notícias que me interessam e que falam de gente cujas ações foram importantes no resultado da manipulação do caleidoscópio da Sociedade Globalizada. Aqui e ali, dou de cara com notícias que informam sobre as ações de outros pedacinhos de vidro que agiram mais intensamente e atingiram em cheio outros pedacinhos de vidro ao redor – entre eles, eu. E encontro meus pensamentos a respeito. Converso com eles. Vejo o que aprendi de bom ou de mau com aqueles pedacinhos de vidro muito ativos e expresso isto neste blog. Por isto, não me preocupo em citar fontes de onde colho as informações que aqui sumario ou veiculo. Basta que o curioso coloque no Google o nome de algum pedacinho de vidro que cito em meus comentários, políticos principalmente, para obter não somente as informações sobre as quais escrevo minhas deduções, como, também, uma verdadeira enciclopédia sobre aquele ser, aquele fato, aquela coisa, aquele processo, aquela pesquisa científica ou seja lá o que seja. Pode obter até fotos que são mais informativas que mil palavras. Não digo nada que não esteja em algum lugar na internet. Apenas reflito sobre o que comento e coloco minhas opiniões ou minhas aprendizagens. Sei que elas podem agradar a outros pedacinhos de vidros, mas também sei que podem desagradar a outros tantos. Mas isto é a vida em um caleidoscópio social. Ninguém pode se arrogar a perfeição, do mesmo modo como ninguém tem a verdade, mas só pedacinhos dela. Mesmo quando há provas cabais e filmes que mostram, sem sombra de dúvida, o que é relatado por alguém, ainda assim o que se vê é somente uma parte pequena da Verdade. A Verdade, no caleidoscópio social, é tão fragmentada quanto os pedacinhos de vidros que emprestam forma e brilho ao aparelho social caleidoscópico. Mas ainda assim, é necessário gritar contra alguns movimentos executados por pedacinhos de vidro que são demasiadamente ativos e que, inconsequentemente, prejudicam demais o todo. O que escrevo pode levar algum outro pedacinho de vidro a ser curioso e mergulhar na janela da internet para verificar a informação. E isto ampliará o conhecimento de todos nós. Às vezes faço excerto de alguma notícia que me interessou sobremodo. Então, cito de onde aquele excerto veio. E quando faço isto é porque julgo que estou ajudando ao outro pedacinho de vidro a divulgar suas idéias. Como não escrevo uma dissertação de mestrado ou uma tese de doutorado, não me preocupo em citar fontes – o que enfearia meu blog, eu acho. A janela da internet está aí, à disposição de todos. Bom proveito. Meus amigos irão com certeza obter muito mais do que o que eu comento. E aos mais curiosos aconselho a visita a redação de jornais ou de revistas, onde publicações antigas estão arquivadas com fotos e depoimentos. É só consultar.
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