Páginas

sexta-feira, 11 de março de 2011

QUANTO VALE A VIDA DE UMA PESSOA?

Não é uma pergunta retórica. É uma pergunta que todos, principalmente os políticos, deviam-se fazer. E não falo somente dos políticos brasileiros, não. Faço referência a toda a classe política do mundo todo. Por exemplo: Muammar Qadaffi. O louco "imperadorzinho de titica", agarra-se à cadeira do Poder como se estivesse a ela preso por um parafuso invisível. E gente que vende seus serviços de açougueiro de humanos se atira sobre o povo revoltado que busca um alívio da tirania de 40 anos de um homem que passou a se crer um Deus. Cada uma daquelas "bestas apocalípticas" - os mercenários, dispara seu "pênis de aço" em seus semelhantes sem qualquer consideração pela Vida. Matar em nome do dinheiro. Qadaffi paga? Então, morram! E o povo, desorganizado, sem liderança, mas açulado pela sede de sangue que move os mercenários, apodera-se de armas e se atira como ensandecido na "alegria da morte".
"Quando será eu não sei. Mas em verdade vos digo que quando virdes nação contra nação; irmãos contra irmãos; filhos contra pais e pais contra filhos, então, sabei que o tempo está próximo". Este vaticínio do Rei dos Reis, que li aos meus 13 anos, nunca mais me saiu da memória. Estou à distância de 57 anos daquele dia, entre os coroinhas do Colégio Diocesano, em Teresina - Piauí. Agora, meus temores despertados naqueles idos já se concretizam. Por medo, aprendi a lutar. Mas nunca tive a coragem de matar, nem mesmo para me defender. Até hoje me pergunto se eu seria capaz de tirar uma vida humana. Nem mesmo a vida de um bicho eu tiro. E aqueles que matei, levado que fui pela educação que meu pai me deu - ele adorava caçar - me pesa na consciência até hoje. Ver morrer é feio, muito feio. Ver a vida se esvaindo mexe com a alma mesma de uma pessoa de consciência. Algumas vezes, em hospitais do Rio de Janeiro, estive ao lado de pessoas que morriam. Fazia parte de meu estágio em Psicologia Clínica. Morriam de AIDS. Seria bom que colocassem na internet aqueles momentos trágicos e terríficos e seria melhor ainda que tais momentos fossem exibidos constantemente aos olhos dos descuidados praticantes do coito irresponsável. Talvez que assistindo fezes saindo pela boca e pelos narizes dos agoniados moribundos tocassem suas consciências. Talvez que, ouvindo aqueles choros desesperados de arrependimento tardio, tomassem consciência de que ainda lhes resta um fio de esperança. Mas a raça humana esconde suas misérias. Elas devem ser vividas apenas dentro de um limite geográfico compreendido pelas paredes ou da residência do moribundo, ou dos hospitais; e somente por eles, os atores principais daquele drama agudo, mas que logo termina. O resto do povo deve permanecer na ilusão de que "aquilo não vai acontecer comigo". E reforçando esta ilusão, a Televisão se esmera em bombardear por horas os seus ouvintes com notícias e imagens de acidentes, assassinatos, esganamentos etc... Não gritam em busca de uma melhora da situação. Gritam em busca de melhor IBOP.  Mas o povo já está mais do que cansado de ver a desgraceira alheia exposta na tela da TV, dentro de sua casa. Aquilo  aconteceu lá longe, em lugar que nem conheço. Morreu? Era chegada sua hora. Foi esfaqueado à noite, dentro de um bar de subúrbio? Quem mandou frequentar aquele lugar? bem feito! Está à míngua, morrendo desnutrido, cheio de doenças apanhadas nas águas contaminadas dos esgotos e tudo isto devido a uma guerra idiota e fratricida? Ora, aqui no meu país não há guerra. O problema é dele, do moribundo e dos políticos de lá.

A Sociedade humana é uma loucura! De um lado as guerras, a miséria, a dor como jamais se viu,  antes; do outro lado, no mesmo dia, na mesma época, no mesmo país, festa, fartura, Mercado, Economia, desfile de beleza, carnaval etc... etc... etc... O Mercado não dá tréguas. Mal acaba o carnaval e já vem outra festa e o refrão incessante: compre, compre, compre... Não interessa que sua cidade esteja regurgitando automóveis por todos os tetos; não importa se as ruas não cabem mais nem uma bicicleta. O que interessa é que você compre o carro do ano. Não interessa que na Europa o terrorismo esteja tornando o local uma lugar incerto, perigoso. O que interessa é que você viaje. Interessa que você movimente o mercado das Agências de Turismo. O que é sua miserável vida diante da ganância do Poder Econômico? Uma merdinha de nada. Há seis bilhões e oitocentos milhões de gente para substitui-lo. Portanto, não pense. Siga o Mercado. Vá alegre, atrás do trio elétrico. Use camisinha e se ela rasgar, resigne-se com a AIDS que vai pegar. Era seu destino. Morra sozinho e nos deixe em paz, droga!  

Será que estou no meio de um pesadelo e ainda não me dei conta? Será que quando eu acordar vou estar deitado em minha cama, a rua estará calma como sempre foi, a cidade estará tranqüila como sempre deu a aparência de estar e eu estarei finalmente contente de ter escapado deste mundo de loucura? Tomara...

Nenhum comentário:

Postar um comentário