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terça-feira, 16 de agosto de 2011

UMA PAUSA, QUE NINGUÉM É DE FERRO.


Assassinaram uma juíza em Niterói, capital do Estado do Rio de Janeiro. Seu nome? Patrícia Acioli. Uma pessoa comum e desconhecida, até que lhe meteram vinte e dois tiros através da frágil estrutura de seu automóvel. Quem foram os assassinos frios e calculistas? Policiais corruptos, diz o comentarista, também policial, da Rede Globo. Policiais envolvidos com milícias que achacam os pobres moradores da periferia e os mantêm sob uma mordaça de chumbo. A juíza era implacável com este pessoal e já havia condenado às galés uma grande quantidade deles.

Nova Friburgo devastada por enchentes em 2011. Até hoje o povo continua abandonado pelos polititicas.
Nova Friburgo devastada por enchentes em 2011. Até hoje o povo continua abandonado pelos polititicas.
E aí a grita foi geral, em Niterói. Pessoas se amordaçaram com panos pretos e fizeram vigília diante do Tribunal de Justiça da cidade. Uma cruz negra foi plantada na Praia de Icaraí, local onde a finada morava. Mas... Bom, e aí vai meu veneno, tudo isto, toda esta revolta, é fruto de um estado de emoção que, por empatia e com uma ajudazinha da televisão, tomou conta da população niteroiense. Mas os arroubos emocionais tendem a se desfazer rapidamente e, por isto, o ocorrido não demorará a ser esquecido e a letargia do viver sob o jugo da criminalidade de colarinho branco ou não, vai retornar como um véu de impotência sobre Niterói. Haja vista a catástrofe que se abateu sobre as cidades serranas do Rio de Janeiro. Até hoje os atingidos estão à própria sorte e o povo deles já se esqueceu. Até que lhes sobrevenha outra desgraça, o que não demora, pois a época das chuvas está chegando.
Quando um infeliz irmão nosso envereda pela senda escura e apavorante da criminalidade, dificilmente encontra uma senda de retorno. Tende a descer e descer até que sua alma se torna embrutecida e quase desumanizada. O Elemental Físico de tais pessoas domina com uma força além do imaginável. E com esta força cresce em intensidade o Medo, a energia básica do Elemental Físico de todos nós. E alimentando e multiplicando por cem esta emoção de Medo, está a ação mesquinha e condenável dos polititicas brasileiros.

Talvez eles não estivessem no esgoto da vida se não elegêssemos "polititicas" para nos governar.
Talvez eles não estivessem no esgoto da vida se não elegêssemos "polititicas" para nos governar.
Todo criminoso, no Brasil principalmente, tem horror à menor possibilidade de vir a ter que tirar umas “férias” dentro das paredes negras, sujas, asquerosas, fétidas, das delegacias e cadeias brasileiras. Aquilo ali é a ante-sala do inferno imaginado pelos católicos. Quem não é pederasta, vai ser obrigado a experienciar o coito anal e provavelmente não será seviciado por um só dos detentos que lá se encontram, mas por vários em uma só noite. E isto é apenas o aperitivo. Se tiver muita sorte, não será infectado com a AIDS. Este é o “batismo” de entrada reservado à quase totalidade dos que são obrigados a deixar toda a esperança do lado de fora, quando adentram aquelas sucursais do inferno.
Depois, são obrigados a se alimentar com uma comida que até porcos hesitariam antes de devorá-la. E isto, dia após dia; semana após semana; mês após mês.
Quando um juiz ou uma juíza resolve fazer cumprir a Lei, sem se incomodar com as condições inumanas que seus condenados vão encontrar pela frente, assina sua própria sentença de morte.
Então, o que fazer? Hão de me perguntar.
Acossemos os polititicas. É isto mesmo, acossemos os polititicas. Tenho setenta anos de vida e desde quando me entendi por gente que o drama das prisões brasileiras se arrasta lentamente nas casas legislativas como gorda e preguiçosa serpente, décadas a fora. Não se vê um único pervertido polititica nacional brasileiro que vá para uma das malditas construções que sua alma desgraçadamente corrompida pelo vício da ganância e da corrupção deixou criar e se sevar no seu descaso doentio. Ouve-se falar de verba para tudo, no Brasil. Verbas que “somem” como por milagre do diabo em pessoa, nos bolsos de milhares de corruptos de todos os níveis no Serviço Público. A vassoura da Dilma está pondo a nu muita das trupes que vicejam podremente nos Ministérios brasileiros. Não sei se é porque ela está atendendo a um ideal de foro íntimo, ou se é porque o Brasil está na beira de se tornar o maior fiasco desportivo de todo o mundo em todas as décadas. O país do futebol está na iminência de não ser capaz de se preparar para sediar o maior evento deste tipo de esporte. Tudo está podre. Aeroportos? Podres. Rodovias? Podres. Cidades? Podres. Segurança? Podre. Infra-estrutura? Podre. Saúde? Na UTI desde quando Deus fez o mundo. Educação? Nem mais se sabe, no Brasil de hoje, o que é isto. Tudo absolutamente podre. Só não estão podres os gordos vermes humanóides atacados pelo vírus da corrupção. O Brasil, tão rico em belezas naturais, é paupérrimo em belezas morais e éticas, principalmente quando se trata de polititicas. A Mentira, a Desfaçatez e a Sem-vergonhice são as Deusas dos poderosos deste país. E por causa disto, a população carcerária continua esquecida. Vende-se a idéia de que o preso, uma vez colocado atrás das grades, deixa de ser um ser vivo e socialmente útil. Ele não merece mais nada. Chegou ao final da linha e a luta é tão-só para mantê-lo ali dentro, em condições infra-humanas. No entanto, o Rei dos Reis já dizia que: “Na verdade, nenhum crime é cometido por apenas um homem ou uma mulher. Todos os crimes são cometidos por todos. E aquele que cumpre a pena estará, talvez, rompendo um elo da cadeia que envolve vossos próprios tornozelos. Talvez esteja pagando com sua mágoa o preço de vossa alegria passageira”. Eu admiro de fundo de minha alma aquele Homem-Deus. Suas frases não se prendem a uma época, não. Suas palavras pairam sobre as Consciências humanas por todas as eras, um feito que só um verdadeiro Deus poderia levar a cabo. Sim, os dedos que apertaram os gatilhos que dispararam as balas que ceifaram a vida da juíza, em São Gonçalo, Niterói, foi o dedo de cada um de nós, brasileiros. Nós elegemos para os cargos do Poder Máximo de nossa nação, homens incompetentes ou gananciosos ao extremo; homens sem honra; homens sem dignidade; homens sem humanidade; homens sem senso de pátria; homens que só pensam em se locupletarem e se sevarem na corrupção sem freios. Nós somos os culpados pelas favelas e pelos traficantes de drogas que engolfam nossas cidades e colocam em risco a estabilidade de nossas famílias. E fazemos isto porque somos infantilmente egoístas, preguiçosos e acomodados. E gostamos que nos babamos depuxar saco de safados. Elegemos os safados e fazemos que pensem que são verdadeiros Deuses e que as Casas do Governo são o Olimpo inacessível ao mortal comum. Eles criam Leis imorais que lhes asseguram acima de tudo o Véu morfético da impunidade através da imoral imunidade política. Este escudo, criado por eles mesmos e para eles mesmos, sem que a Nação tivesse podido dizer uma palavra a respeito, os mantém a salvo das Leis. Leis que, aliás, foram e continuam sendo criadas por eles e, logicamente, com “furos” por onde os ratos gordos possam escapar.

Presos amontoados como animais e sem expectativa nenhuma de Vida. Isto não lhe toca, leitor?
Presos amontoados como animais e sem expectativa nenhuma de Vida. Isto não lhe toca, leitor?
Se nossas Casas de Reeducação Social (cadeias, prisões, casas de detenções etc...) fossem instituições realmente voltadas para a recuperação social e moral dos que para lá fossem mandados, com toda a certeza os Elementais Físicos de tais indivíduos não teriam o que temer quanto à condenação. Iriam ser tratados como seres humanos, com o respeito que merecem como tal. Compreenderiam que a Nação, como uma mãe zelosa, os está punindo, retirando-os temporariamente do convívio com os demais cidadãos por que se tornaram incômodos. Mas, simultaneamente, esta mesma Nação lhes está dando um local digno, onde, estudando e trabalhando, aprendem o caminho do bem viver social e têm oportunidade de compreender em quê erraram. Ao saírem de lá, com toda a certeza sairiam mudados e apresentariam grande resistência a retornar ao mundo do crime. Mas não é isto o que acontece. Não há verbas destinadas à reforma nacional das prisões brasileiras. Afinal, quem está lá dentro é bandido e bandido não é gente. Que raciocínio “escroto” (que me perdoem os órgãos que recebem esta designação no corpo do homem). Sim, o Brasil não tem verbas para reestruturar suas prisões, mas tem verba sobrando para socorrer montadoras e bancos, quando sobrevém um tsunami econômico-financeiro sobre eles.
Meu amigo leitor, que é um privilegiado, pois quem me lê ainda é culto num país de ignorantes e iletrados incapazes de ler além das duas linhas do tuíter, você pode compreender muito mais do que escrevi aqui e pode, se assim o quiser, disseminar entre seus amigos e parentes, colegas e estranhos capazes de compreender, o que este artigo contém. Talvez assim nós consigamos formar uma “corrente pra frente”  que nos leve à vitória, não no futebol, que isto não importa, mas na luta pela vitória da Justiça.  
Obrigado.

Um comentário:

  1. É revoltante quando paramos para observar o que está acontecendo em nosso país. Quer desequilibrar seu emocional, é simples, ligue a TV e assista por alguns minutos que verá só desgraça. Quando aparece pessoas que querem fazer a diferença, que digam "Vou fazer alguma coisa", logo são dizimadas, pois a grande maioria é corrupta, se adequam ao sistema.
    Mas toda essa corrupção no brasil tem um passado. É triste dizer mas é cultural. Antes da nobreza e da corte portuguesa fugir ao Brasil, este já era chamado de inferno. Portugal enviava prostitutas, bandidos, corruptos e pessoas que não eram mais bem vistas na Europa para o Brasil (quinto dos infernos). É uma pena que a cultura Brasileira venha dai.

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