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sábado, 21 de maio de 2011

O MANTO DA IGNORÂNCIA QUE NOS REVESTE

Dia 05/05 escrevi sobre o Dharma e o desapego à palavra, no meu blog orisval.wordpress.com. Naquele artigo falei sobre O Manto da Ignorância que nos reveste. Este Manto, no Ocultismo assim como na Qaballah, não se constitui de três, mas de sete "vestes". No entanto, para nosso viver imediato, três destas "vestes" são as mais densas, as mais dominadoras, as mais pesadas para nosso Espírito. Estas "vestes" são conhecidas no Ocultismo assim como na Teosofia sob a designação de Elementais. O primeiro, o mais denso, o mais pesado e bronco é o Elemental Físico. Este elemental nada mais é que nosso corpo denso. O mesmo corpo ao redor do qual gira toda a criatividade de nossa sociedade. Tudo ou quase tudo que se cria nas Ciências humanas é para o bem-estar do corpo. Este corpo que é literalmente endeusado como o fim último da vida. Todas as pesquisas médicas e da biogenética visa tão-só aprimorar, melhorar, dar ao corpo meios de suportar seus próprios exageros no comer, no beber, no copular e no atirar-se freneticamente à cata do prazer sem peias. O apego à auto-imagem é tão potente que há pessoas que sofrem violenta distorção no modo como acreditam que devem ser para se sentirem belas e o resultado é drástico, como acontece na anorexia.
Uma anoréxica não tem a perfeita percepção do que sucede com sua imagem corporal, como acontece com a moça da foto ao lado, escolhida entre fotos de anoréxicas, no Google.
Esta doença é, em grande parte, fruto dos modismos ditados pelas passarelas de modas. Acha-se, não sei a razão, que a mulher extremamente magra, esquelética mesmo, é "símbolo de beleza" e "sex appeal" . Beleza Física, eis o que é exaltado, quer para mulheres, quer para homens. Estes, também sofrem de anorexia, ainda que em menor intensidade que entre as mulheres.
Tempos houve em que a beleza se centrava em ser gordo ou gorda. Este modo de lidar com a beleza física sempre influiu de modo desastroso no viver de homens e mulheres. Mas o que chama a atenção é que tudo se volta para o corpo, o seu endeusamento, como se ele fosse a finalidade última da vida.
Isto nos mostra que o Elemental Físico é poderoso e domina totalmente nosso Espírito. O que seja fruto da matéria densa é procurado ardentemente por ele. Bebida alcoólica, drogas pesadas, comidas excessivamente condimentadas, cópula sem peia, tudo enfim que propicie prazer sensorial ao Elemental Físico é por ele buscado com sofreguidão. É o "império dos sentidos". 
Mergulhado na escuridão deste "império", o espírito fica sem ação. Como se estivesse adormecido ou, pior, anestesiado, não toma conhecimento do quanto se encontra literalmente manietado em sua ação. E seu primeiro desafio é vencido pelo Elemental Físico, pois solto e à vontade; tendo uma sociedade inteira a seu serviço, este Elemental domina com mão férrea nosso pobre e indefeso Espirito.
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O vídeo acima nos mostra com crueza de imagens a verdade do que digo neste artigo. Por viver para as crenças fúteis e pelo corpo somente, pessoas se perdem e desperdiçam o que de mais sagrado lhe foi dado pelo Criador: a vida. Entretanto, é preciso considerar que as pessoas estão aprisionadas em um mundo cruel, onde até elas mesmas são objetos de consumo. É necessário um esforço digno de titãs para sair da roda vida da fera chamada consumismo. Estamos chegando ao Armagedon, ao Ragnarock, ao Juízo Final, ao Fim do Mundo ou seja qual seja o nome que se dê ao que vai acontecer em breve e até hoje a maioria dos Espíritos não conseguiu safar-se do domínio do Elemental Físico, graças ao tipo de Sociedade que se construiu totalmente baseada no endeusamento dele.
O endeusamento do corpo; a sua colocação como o objeto central da Sociedade humana; o fazer tudo para ressaltar o corpo como aquilo que deve ser mais valorizado na pessoa e, a partir daí, montar toda uma estrutura social  gigantesca voltada para ele faz que o Elemental Físico adquira um poder supremo sobre o Espírito. Tudo o que satisfaz a este Elemental fere os anseios espirituais humanos. Podemos dizer que os dois se colocam nos pólos opostos de um continuum. Enquanto o Espírito se volta para o Alto, para o Divino de onde se originou, o Elemental Físico se volta para a Terra e seus sistemas atômicos, de onde é sua origem. Não há a mínima possibilidade de o corpo ansiar pelo Divino, pois desconhece tudo o que lhe diga respeito. Este Elemental é, pois, a “veste de pele” (no ver da Qaballah) mais dura que envolve e cerceia a liberdade do Espírito e é seu principal entrave na tremenda luta que tem de travar contra o peso do mundo infernal, compreendendo aqui o termo “inferno” seu significado correto: o mais inferior.
Quais são os atributos somáticos do Elemental Físico? É de suma importância para você, que busca o Caminho da Iluminação (ou da Salvação), conhecer tais atributos, pois isto lhe colocará nas mãos meios poderosos de arrefecer o domínio deste Elemental sobre seu Espírito.
Os atributos somáticos do Elemental Físico e que são confundidos com Atributos Espirituais, até em função de interesses espúrios comerciais, são:
1 — Egoísmo. Este atributo não pertence ao Espírito, mas ao Elemental Físico. Ele gera duas modalidades “socializadas” e bastante incentivadas pelo sistema doentio do Mercado: a concorrência e a competição.Desde a Empresa até o Esporte, estes dois subatributos do Egoísmo são bastante incentivados sob as mais diferentes alegações. Deve-se concorrer “sadiamente” com nossos semelhantes a fim de alcançar a “vitória” limpa e “justa”. Mas sendo o Elemental Físico egoísta por Natureza, não pode haver concorrência e competição sadias nem, muito menos, Justas. A Justiça é atributo Espiritual e, destarte, é totalmente desconhecida pelo Elemental Físico, que só vai aceitá-la sob imposição severa. É necessário, por isto, que o Sistema imponha regras rígidas e exerça vigilância constante sobre as ações do Elemental Físico no viver concorrente e competitivo a fim de frear o impulso descontrolado que o caracteriza.
Além da concorrência e da competição, o Egoísmo também gera outros dois subatributos muito atuantes no viver elemental humano. São a possessividade e o ciúme. De modo muito claro e, às vezes, exagerada e escandalosamente amoral, o Sistema Social também incentiva ambos estes subatributos elementais físicos. “Possuir” é razão de inúmeras leis humanas que defendem o “bem” individual e, com isto, reforça a crença no Elemental Físico de que realmente a pessoa possui qualquer coisa material. Erro grosseiro, visto que ninguém mantém consigo nada do que amealhou e lhe foi garantido durante sua existência carnal. Ao falecer o Elemental Físico, nada mais lhe pertence, voltando tudo à realidade mesma: o que é da Terra volta à Terra. Por outro lado, o senso de posse incentiva e reforça o Ciúme. Este não existe sem aquele. Sempre infantil; sempre incipiente, o Elemental Físico é ciumento de tudo o que julga que é seu. E estende isto à relação com o outro, quando este outro passa a ser objeto de posse. O ciúme cega o Espírito, tão grande é sua força. E não preciso discorrer sobre grandes dramas e grandes tragédias causadas desde sempre pelo ciúme entre as pessoas. Mas a maior tragédia que o ciúme acarreta é o distanciamento do Espírito de sua Origem Divina, lançando-o nas trevas da perdição material.
2 — A Gula e a Preguiça — O Elemental Físico ainda possui outros atributos não menos terríveis para o Espírito: a gula e a preguiça são dois dentre estes. Comer e Alimento são objetos comerciais que ocupam grande parte do dia de uma pessoa, assim como horas e horas de programas de televisão. Todos os canais de TV se esmeram em dedicar programas que só falam de alimento, guloseimas, tudo voltado para incentivar o máximo possível o que julgam ser o aprimoramento do paladar e da boa mesa. O número de restaurantes, padarias e lojas dedicadas à Gula é assombroso nas cidades do mundo. A concorrência e acompetição entre elas são ferozes, pois só se colocando entre as primeiras é que podem sobreviver e, com isto, garantir a sobrevivência privilegiada de seus donos – os chamados “empreendedores” pelo Mercado de Consumo. Lazer e relaxamento são também objetos comerciais que se destacam entre os motores do Sistema montado pelo Mercado de Consumo. E ambos estes objetos integram o panteão do atributoPreguiça, do Elemental Físico. Relaxar, descansar, evitar o trabalho, a dureza do fazer; minimizar ao máximo o esforço físico e obter o máximo de prazer sensorial eis os objetos primeiros da Preguiça. E o Mercado de Consumo deita e rola nestes derivados do atributo Preguiça, próprio do Elemental Físico. A maioria esmagadora dos inventos do homem se volta para “tornar a vida mais fácil e menos cansativa” para o Elemental Físico. É aqui que o “Império dos Sentidos” se faz intensamente presente no viver humano.
3 — A luxúria é outro atributo do Elemental Físico e é um atributo muito complexo porque tem ligação direta com um dos atributos espirituais: o Êxtase. A luxúria estende-se por diversos campos do viver social humano, mas aquele que mais prejudica o Espírito é justamente o que se refere ao êxtaseproporcionado pela cópula. O sexo coital é a única porta direta entre o físico e o espiritual, e a Yoga Sexual nos demonstra isto claramente. Entretanto, por total ignorância a respeito e pela manipulação imoral do conceito, o sexo coital virou um elemento comercial de grande lucro para o Mercado. Por isto, até mesmo o corpo, ou seja, até mesmo o Elemental Físico foi transformado em objeto de lucro, de exploração comercial. Canta-se o amor como sinônimo de posse coital, ao que se restringe sua conceituação, e implanta-se a idéia de que isto é o ápice no relacionamento entre duas pessoas em todos os Elementais Físicos. No entanto, Amor não se restringe a uma cama e dois corpos, não. Amor ultrapassa infinitamente este restrito território tipicamente pertencente ao Elemental Físico. Por chocante que possa parecer, o verdadeiro Amor não empresta nenhum valor ao fugaz momento do encontro entre dois corpos sobre o leito. Este ato é imposto ao Elemental Físico pela Consciência Suprema porque é através dele, e somente através dele, que se pode gerar novos corpos, novos Elementais Físicos, para ocupação por espíritos que devem batalhar para desenvolver sua Consciência Divina, Espiritual. Mas a luxúria vai além do leito. Ela atinge o apego a coisas inúteis, como grandes mansões repletas de objetos comercialmente caros; à posse de carros “top de linha”; de iates; de jatos particulares; de empregados até para vestir o roupão de dormir naquele que tem posses para comprar seus serviços... E vai por aí. A luxúria é, pois, um manto de chumbo a pesar sobre os ombros do Espírito encarnado. A luxúria é a base e o fundamento do entrave mais pesado ainda para o Espírito: o apego.
4 — A Covardia. O Elemental Físico foge às carreiras de tudo o que o submeta ao sofrimento e à dor. Por isto, é eminentemente covarde. Ele busca o prazer a qualquer preço, mas quando suas ações neste sentido o levam a se defrontar com alguma coisa que lhe pode causar dor ou sofrimento, então, age covardemente sem qualquer vergonha por isto. O que lhe interessa é pôr-se a salvo de sua responsabilidade desastrada a qualquer custo. Temos amplos exemplos deste atributo elemental nos nossos “polititicas”, os quais vivem para, pelo e com o Elemental Físico. Quando são pegados em suas falcatruas, aparecem debulhando-se em lágrimas diante das câmeras de TV, jurando inocência, ainda que fartas provas estejam a mostrar claramente sua responsabilidade criminosa nos atos cometidos. Há, evidentemente, aqueles empedernidos por anos e anos de impunidade, o que endureceu drasticamente o senso de poder que a impunidade concede aos seus Elementais Físicos. É o caso, por exemplo, do ex-governador e, agora, senador, Paulo Maluf. Ele sempre escarnece e ri sem qualquer vergonha, quando crimes que cometeu por gula são expostos às claras nos meios de comunicação. Em pessoas assim, o Espírito está literalmente morto. A veste física sufocou-o tanto que o matou literalmente. Para seres humanos que atingiram tal grau de mergulho na Matéria, não há salvação.
5 — A Agressividade Violenta. Uma vez que é eternamente incipiente, o Elemental Físico é altamente inseguro. Por isto, para se defender de tudo o que perceba como ameaça a si, apela impulsivamente para a agressividade violenta. E isto é a base, o esteio mesmo dos inventos voltados para a Guerra, a luta, a morte física. O Egoísmo e o Apego gerados pela Luxúria são as energias que estimulam a manifestação da agressividade violenta no Elemental Físico. Estes três atributos do Elemental Físico são a razão de toda a miséria e de todas as guerras e combates criminosos entre os humanos em todo o Planeta. Refletir sobre o que aqui afirmo dá um livro de mais de 500 folhas, por isto, deixo ao leitor fazer suas reflexões profundas a respeito. O leitor verá que, quanto mais pensar a respeito, mais vai encontrar um campo vastíssimo à sua disposição e ao fim haverá de lhe parecer que este caminho não tem termo.
6 — A Vingança. Um dos mais cultuados atributos do Elemental Físico em nossos dias é este. As pessoas guardam em si o amargor da perda de alguma coisa a que se apegavam e o Elemental Físico que são elas se volta rancorosamente para a vingança. Os noticiários estão cheios de exemplos disto. Há pouco, uma jovem bela e com uma vida pela frente para fazer boas coisas, perdeu-se nos meandros do ciúme e da vingança e estrangulou dentro de um motel o homem que tinha como “seu”. A tacanhice do Elemental Físico é tanta que ele não percebe que não pode se arvorar em dono de outro Elemental Físico. Cinemas e novelas estão quase sempre tendo suas tramas estruturadas em cima da vingança e isto reforça na população mundial a aceitação deste atributo elemental como sendo natural à Índole Humana. Mas esta Índole não admite em sua essência tal coisa desvirtuada da Verdade. No fundo, a vingança traz em si um forte senso de apego, de ciúme, de possessividade doentia. Seja apego a algo concreto, material; seja apego a conceitos abstratos, como honra, por exemplo.
7 — A Vaidade. Segundo o filme O Advogado do Diabo, este é o “pecado” de que o Diabo mais gosta. Por que? Porque a Vaidade cega absolutamente o Espírito e o deixa totalmente manietado diante das ilusões e dos apelos mundanos. O Elemental Físico vaidoso é, antes de tudo, um fútil, um desvairado literalmente falando. Como a mariposa atraída pela lâmpada incandescente, o vaidoso flana ao redor dos objetos que estimulam sua vaidade, ainda quando tais objetos causem sua ruína.
O Elemental Físico, meu caro leitor, o seu corpo mesmo, é a Veste de Chumbo de seu Espírito. Você deve procurar observá-lo, observando-se a si mesmo, no que diga respeito aos vícios que apresenta em seu comportamento eminentemente material, consumista. E uma vez detectado um vício material predominando em seu comportamento, deve procurar agir sobre ele para reprimi-lo ou educá-lo a fim de que se transforme numa virtude, ainda que nunca espiritual. Mesmo assim, o redirecionamento deste vício Elemental para um agir menos danoso aos outros e a si mesmo já será meio caminho andado por você no esforço de ajudar seu Espírito a se livrar desta Veste de Chumbo. Se conseguir transformar seu Elemental Físico numa “veste de alumínio” para seu Espírito, com toda a certeza você terá colaborado infinitamente com ele e consigo mesmo para seu ingresso na senda da Iluminação.
Agora, preste muita atenção, pois o que vou dizer é desconhecido até mesmo de Psicólogos e Psicanalistas renomados. No entanto, é de crucial importância para você e para qualquer um que me leia.
O Intelecto, o instrumento inalienável do viver e conviver social, pertence, integralmente, ao Elemental Físico. Este elemental animal que, nesta condição, possui uma alma que o anima, complica sobremodo a compreensão da pessoa sobre si mesma. Pense: se o Elemental Físico é mortal, não há como discutir a mortalidade de sua alma inferior. Quando fazemos concessões nos vícios, nas fraquezas e nas tendências materiais humanas em nome da fraqueza do Espírito diante das provações da carne, na verdade estamos errados, totalmente errados. O Espírito não é fraco, visto que é uma emanação puríssima do Criador Incognoscível. Entretanto, sua força e sua fortaleza não agem neste mundo infernal, visto que ele não é daqui. Por isto, sua pseudo-fraqueza.
Pode parecer estranha esta minha afirmação, mas pense: o espírito não necessita de palavra para sua comunicação, visto que prescinde totalmente de aparelho fonador, o que não sucede com o Elemental Físico. Para compreender o que lhe cerca e poder agir sobre tudo isto, o Elemental Físico necessita de um sistema de ícones de comunicação capaz de lhe permitir transmitir suas idéias e seus pensamentos. E necessita que tais ícones lingüísticos lhe traduzam uma realidade na qual se apóie para compreender o Mundo da Natureza Natural e poder, a partir daí, criar seu próprio mundo artificial, totalmente voltado para suas necessidades impulsivas e reducionistas. Por isto, desde quando nasce até quando morre, o Elemental Físico, na condição de pessoa social, batalha dentro de um sistema representativo totalmente ilusório e incapaz de lhe trazer à apreensão a Natureza mesma das coisas que o rodeiam. É por isto que a pessoa dá grande importância à palavra, e acredita que não pode dela prescindir para viver. Realmente não pode se pretende manter-se integralmente inserida no contexto social elemental. Mas pode, quando é o Espírito que domina o Elemental Físico e o dirige segundo sua vontade e seus propósitos. Em todo caso, mesmo os pensamentos mais elevados de grandes pensadores não ultrapassaram a barreira do existir Elemental, desde que foram plasmados em ícones lingüísticos. A palavra jamais alcançará a dimensão do intraduzível; do inapreensível.
O Elemental Físico, uma vez separado do Mundo Natural de onde retira todos os elementos para sua estruturação alquímica no ventre da mulher e a partir de um minúsculo óvulo fecundado por um mais minúsculo ainda espermatozóide, não tem acesso à Natureza mesma daquilo que o cerca. Vê outras formas de vida explodindo ao seu redor, mas para compreendê-las tem de apelar para um sistema restrito de signos lingüísticos, caso contrário fica reduzido somente à visão. E ao fazer isto, perde-se em um mundo fictício, que lhe dá certezas totalmente ilusórias. Por isto, jamais avançará na senda da Verdade, por mais numerosas que sejam as Ciências que crie. O Elemental Físico está irremediavelmente perdido em seu mundo de ilusão, de faz de conta.
Sei que meus colegas psicólogos e psicanalistas que me leiam ficarão muito decepcionados ao descobrir que todos os seus esforços não conseguiram ir além da “veste de chumbo” que aprisiona o Espírito Imortal e Divino que realmente constitui a Essência, a Natureza Humana. Mas é verdade: nós que nos dedicamos com afinco a estudar e escarafunchar as mais elaboradas teorias de outros Elementais Físicos laureados com títulos pomposos, como Doutor e PhD, sobre “a Mente humana”; a descobrir “leis psíquicas” que delimitam a atividade psicológica e permite aos profissionais de nossas áreas de formação a manipulação de tais “leis” a fim de obter os comportamentos e as atitudes que consideramos “saudáveis” em nossos clientes, não estamos nem mesmo de leve próximos do verdadeiro Espírito daquele cliente. É com decepção que confesso que durante muitos anos de minha vida fiz isto: trabalhei arduamente na tentativa de ajudar aqueles Elementais que me procuravam, acreditando que os estava levando ao encontro de seus Espíritos ao ajudá-los a diminuir suas ansiedades sociais e emocionais. Agora, descobri que não fiz nada de útil com todo meu esforço de anos e anos em prol dos Elementais dos quais supostamente tratei. Foi por isto que desisti de prosseguir no estudo da Psicologia, buscando obter os graus de Mestre e de Doutor nesta “Ciência”. Compreendi que são títulos vazios de quaisquer importâncias, exceto para os que ainda pretendem auferir as benesses inúteis que tais títulos lhes concedem. E lamento o tempo e o esforço que despendi estudando para tirar a pós-graduação de especialista em Docência do Ensino Superior. O que desejo ensinar não integra os curricula das faculdades e é, até mesmo, visto com torcer de narizes por muitos Elementais predominantes em muitas pessoas. Então, eu procuro transmitir meus conhecimentos através deste blog, embora não faça idéia de que, quem o leia, retire dele alguma coisa válida para si.
Creio que consegui dar a idéia da dimensão perigosa que a “veste de chumbo” que é o Elemental Físico ocupa no Mundo da Matéria em detrimento da ação do Espírito. Poucos, se é que há algum, pensaram e alcançaram esta percepção que estou expondo agora. Acredito que a maioria dos Espíritos aprisionados na Roda do Samsara jamais teve a mínima oportunidade de se manifestar ativamente durante todas as vidas que receberam para travar a dura batalha contra esta primeira veste que os cobre enquanto aprisionados no mundo denso. E a luta espiritual se torna absolutamente impossível na medida em que a Sociedade Humana se volta tenazmente para o corpo e para tudo o que diga respeito a ele. O Espírito não tem chance e isto não é de agora. É por isto, por uma questão de lógica, que os grandes avatares como Jesus e Maria, vaticinam a destruição desta humanidade. Para nada, absolutamente nada, ela contribui para a Evolução do Espírito Humano. Então, por que prolongar este viver inútil?
O Elemental Físico é o primeiro e o mais terrível inimigo do Espírito humano. Ele é o verdadeiro demônio de que falam todos os livros sagrados de todas as religiões. É todo poderoso aqui na dimensão infernal e uma vez o Espírito aprisionado por sua malha, dificilmente poderá ser resgatado. Mas religiosos e religiões não parecem compreender isto. Muitas seitas religiosas apegam-se a ritos e a modos de vida que julgam ser suficientes para levar seus praticantes à Iluminação, ou Salvação, como se queira chamar a libertação definitiva do Espírito. Não comer carne de espécie alguma; não comer alho nem cebola; não ingerir bebidas alcoólicas; não dizer heresias; cobrir o corpo com vestes que não permitam ver senão mínimas partes dele; realizar cerimônias para obter as graças dos seres mais evoluídos; fazer abluções e orações ritualísticas etc... é a tônica de tais seitas religiosas. Mas o maior de todos os avatares já disse que“não é o que entra pela boca que mata, mas o que dela sai”. Sabiamente Ele nos alertava para o poder da palavra – falada e escrita. O apego à palavra é o maior perigo para o Homem, desde sempre. Fechar a boca – em todos os sentidos – é o melhor meio de se evitar o perigo de o Elemental Físico se apossar de nosso verdadeiro Ser. Claro está que a abstenção de muitos hábitos voltados para o prazer físico é saudável do ponto de vista espiritual. Por exemplo: tirar um dia na semana para jejuar é extremamente saudável para o Espírito, desde que este dia seja dedicado à oração e à reflexão sobre como se vive e porque se vive assim. Entretanto, mesmo a Religião Católica, onde este hábito era praticado por seus adeptos com certa predominância, não mais é levado a sério. Passar fome em um mundo cheio de delícias? É loucura! Não é fazer jejum que vai-me salvar. Não, não é. Mas é fazendo jejum que você pode quebrar a força de seu Elemental Físico sobre seu Espírito. O próprio Jesus jejuou por 40 dias e 40 noites no deserto, não foi? Por que Ele, o maior de todos os Avatares, teve necessidade de fazer isto? Para demonstrar o quanto é poderoso o Elemental Físico. Só depois de quebrantá-lo pela força do jejum foi que o Grande Mestre pôde dialogar com ele e o domou definitivamente. Toda a saga das tentações que o Diabo lhe fez, oferecendo-lhe os tesouros da Terra se de joelhos o Rei dos Reis o adorasse é um mito que traz em si todo o conteúdo do que falei acima sobre o Elemental de Físico e seu tremendo poder sobre o Espírito Humano. Pense sobre isto. E veja que você, assim como eu mesmo, temos ficado de joelhos adorando ao Senhor das Trevas, o Elemental Físico que nos possui. Precisamos praticar o jejum, mas não o alimentar, que este é simbólico. O jejum de tudo o que nos coloca de joelhos diante do Elemental Físico, o verdadeiro Demônio que nos pode arrastar para a perdição.
Caro leitor, resumi aqui, neste artigo, tudo o que minhas meditações me têm trazido à luz de meu Espirito a respeito das Três Peles que o revestem e o manietam. O “Demônio” não é assunto para ser esgotado em um tão pequeno artigo, mas creio que o que escrevi, se você me leu até agora, dará para lhe fornecer bom material para que você também se entregue à pesquisa e á meditação sobre esta “Veste”.
No nosso próximo encontro pretendo falar-lhe sobre nosso Segundo Demônio, o Elemental de Desejos. Até lá e
NAMASTÊ!




 

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