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segunda-feira, 11 de julho de 2011

AINDA A QUESTÃO DO CASAMENTO

O sonho oculto de toda mulher...
Por que o casamento geralmente esfria ao final dos dois primeiros anos? Esta é uma pergunta comum, mas a coisa não é bem assim. Ele tende a esfriar com mais ou menos tempo, mas o certo é que esfria fatalmente. Aquele fogo inicial, que fazia o casal enfrentar todos os perigos para fugir para o Motel arrefece sensivelmente. Há muitas razões para isto, razões que vulgarmente são conhecidas, tais como: a sobrecarga de trabalho da mulher faz que se decepcione com o matrimônio; a vida em comum, quando os defeitos que foram escondidos na fase de namoro brotam, traz decepções irremediáveis; a sobrecarga de dívidas e correrias para atender os compromissos quando chegam os filhos; a fase de gravidez, quando o marido não tem condições de tempo e de paciência para compreender a fragilidade psicafetiva da mulher; a fase pós-amamentação, quando a mulher se percebe desvalorizada porque seu corpo se modificou radicalmente; as exigências mútuas em função do ciúme um do outro, o que acarreta brigas rancorosas e magoadas; etc... Enfim, a monotonia do dia-a-dia arrefece a atração mútua e torna o casamento um viver no máximo tolerado e, aí, o cheiro do parceiro ou da parceira já não estimula o ferormônio no outro. Ora, queiramos ou não, somos animais, visto que temos um corpo animal, um Elemental Físico, para ser mais preciso. E este Elemental age segundo as Leis da Natureza para todos eles, mormente no que toca ao sexo. Os homens têm testículos e estes fabricam espermatozóides ininterruptamente. Orgânica e fisiologicamente eles são compelidos ao coito. Ninguém pode escapar ao acicate do desejo libidinal. É Lei para a terceira dimensão e até mesmo Jesus sofreu sua ação. Segundo a Bíblia, Ele foi apaixonado por Maria de Magdalena, com quem andava, conforme registraram seus apóstolos, aos beijos na boca em plena praça pública (está na Bíblia). E nós, Teosofistas, Taoístas e Budistas, sabemos que Jesus foi o maior dentre os maiores Avatares que já vieram à Terra tentar orientar a humanidade quanto ao Caminho da Iluminação ou Salvação. Mas uma vez tomando uma veste carnal, qualquer entidade, por mais avançada que seja na Senda da Iluminação, a ponto de ser considerada e se declarar Filho de Deus, tem que obedecer às Leis Divinas para todos os seres que têm de viver nesta dimensão trina.

O Buddha que veio como homem comum e
virou um Santo da Igreja Católica
São Francisco de Assis, conhecidíssimo entre os católicos, é, na verdade, um Buddha muito reverenciado pelos Taoístas chineses. E não o é de agora, não. Ele há muitos e muitos milênios atrás chegou ao grau de Boddhisatwa, que, para os que nada entendem de Teosofia, quer dizer um grau abaixo daquele dos Nirmanakayas, onde se encontra Jesus. Um Boddhisatwa é, na hierarquia católica, um Santo; alguém que não mais tem qualquer peia que o segure dentro da Roda do Samsara, a Lei do Retorno, se assim quiserem. Pois bem, em sua encarnação como Francisco, levou uma vida desregrada, cheia de vícios e devassa. Bebia, farreava, envolvia-se com mulheres à vontade. Era rico, tinha muitas terras e um pai que lhe provia de tudo. Um dia, a cidade de Assis teve de enfrentar uma batalha contra a de Perugia. Francisco participou da refrega e sua cidade perdeu. Foi aprisionado e sofreu muito durante este período. Quando retornou a Assis, veio adoentado e muito abatido. Tratado, foi mandado pelo pai para se alistar nas Cruzadas. Mas quando, já cruzado, estava acampado num momento de descanso entre as batalhas, ele parou para refletir sobre sua vida e seus erros. E decidiu que aquilo estava demais. Estava tudo errado. Tomada esta consciência, ele largou tudo. Abandonou sua armadura e suas armas, entregando-as a um companheiro de lide, e tratou de retornar a Assis, disposto a refazer seu modo de viver. E foi quando parou para orar na capela de São Damião que ouviu uma voz que vinha da cruz diante da qual se ajoelhara. Ela dizia: “Francisco, não vês que minha Casa está em ruínas? Vai, repara-a para mim!” e a partir daí Francisco de Assis mudou radicalmente seu modo de viver e se voltou para a vida religiosa com fervor. Como se verifica, mesmo um Buddha tem de se submeter aos ditames das Leis que vigem para a dimensão trina em que nos encontramos. Esta dimensão é uma das inúmeras Casas de Deus e suas Leis não podem ser violadas, por mais excelso que seja o Espírito que aqui venha encarnar. Então, a cópula, sendo uma necessidade estabelecida pelo Criador desta Sua Casa, tem de ser obedecida e é errado proceder como procede o Catolicismo que impõe uma castração forçada aos seus padres, violando uma das Leis de Deus e, com isto, cometendo um Pecado Mortal. Os Papas Católicos, ao estabelecerem a abstinência sexual total aos seus clérigos, afronta as palavras do Criador que, na Bíblia, está assim expressada: “Crescei e multiplicai-vos!”. O celibato católico é uma desobediência direta às “palavras” do Senhor. Não se reprime o impulso ao coito apenas porque uma Entidade Religiosa assim o impõe. Há meios para isto, mas são complexos e requerem o domínio absoluto do Elemental Físico, o que não é para qualquer um.

 As fêmeas humanas, por sua vez, são emissoras de odor ferormônico, ainda que nos humanos a capacidade de sentir objetivamente este odor se tenha reduzido a quase zero, graças aos excessos de tempero que passamos a usar em nossa alimentação, além dos vícios da bebida alcoólica e de outras artificialmente criadas, bem como do tabagismo e outros venenos que introduzimos pela boca e pelas narinas em nosso organismo. Ainda assim, o Elemental Físico macho humano percebe o ferormônio feminino subliminarmente e isto estimula-o à procura da fêmea para a realização da cópula. Aliada ao ferormônio há a indústria dos perfumes e dos cosméticos que visam sempre despertar nos homens o desejo pelas mulheres. E há toda uma poderosa máquina de propaganda que impõe à mulher como regra geral fazer-se desejada pelo homem a qualquer preço, pois, se isto não for conseguido por ela, passará a se sentir desvalorizada e se desequilibrará emocionalmente. Toda esta miscelânea de processos complexos torna a relação macho-fêmea totalmente embaralhada e confusa para as pessoas no mundo. Homens e Mulheres se perdem de si mesmos e o que resulta é o que estamos vendo: uma humanidade alienada dos princípios mais comezinhos da felicidade.

Sinteticamente chamei a atenção para a interferência criminosa do Mercado nos processos naturais do animal humano. E esta interferência vai muito além dos perfumes. Atinge propositadamente a psique e manipula os comportamentos sociais, estimulando sem parar a prática do coito desenfreadamente. Médicos, Psicólogos, Sociólogos, todos sabem o quanto esta manipulação criminosa é desastrosa para o casal e para a futura família, mas o Mercado é um Deus mais poderoso que seu principal Arcanjo, o dólar. O homem se tornou escravo do monstro que criou.

No entanto, o que realmente mais afeta o matrimônio são as palavras acres, ditas num momento de rancor ou de mágoa. Palavras que ferem fundo. Não foi à-toa que Jesus disse que “o que mata não é o que entra pela boca, mas o que dela sai”. A par com isto existe a incapacidade daquele que fere de escutar o que se sentiu ferido. Em outras palavras, o que agrediu defende para si a verdade a qualquer preço. Geralmente, no casamento, um par se esquece de que a vida a dois implica responsabilidade mútua em todos os acontecimentos gerados pelo casal. Quando um deles toma uma decisão e isto acarreta algum aborrecimento, alguma decepção, o outro “cai matando” sobre o infeliz. E literalmente falando ele ou ela, quando assim procede, mata o amor que houvesse sob a onda do desejo carnal que os moveu um em direção ao outro. Quase sempre num conflito matrimonial quem manda é o egoísmo do indivíduo. Ele ali se manifesta com toda a força. No entanto, como sabiamente ensinam a Psicologia e a Psicanálise, todo comportamento é uma resposta a um estímulo. E este pode ser claro e objetivo, ou oculto e subjetivo. Assim, o comportamento do par de um casal sempre responde a um estímulo que o outro lhe dá. Mas esta resposta é gerenciada pelo egoísmo pessoal, o que entorta o sentido e o significado da resposta de modo a adequá-la às necessidades, às carências e aos medos subliminares daquele que responde e, não, à realidade da interação nua e crua. A Psicanálise chama a isto de defesa catatímica, a qual, quando muito intensa, perturba a capacidade do indivíduo de raciocinar com justiça e clareza.

O egoísmo não morre quando acontece a paixão entre os enamorados. Pode ficar um pouco nublado pela nuvem dos encantos momentâneos e dos desejos estimulados a um ponto que obnubila a razão, mas está lá, dominando a estrutura da Identidade de cada um. A medida deste egoísmo está no quantum de ciúme que o par do casal apresenta no relacionamento. Quanto maior este quantum maior é a intensidade do egoísmo que predomina na interrelação apaixonada.

A pessoa pode alegar que o outro age daquele modo repugnante para si em função do mau caráter formado em uma família desagregada. Pode alegar que não sabia que o outro era “aquele monstro” com quem se casou. Isto, contudo, não é desculpa. Se ambos tivessem dado um ao outro o tempo necessário para que se conhecessem; se não se tivessem deixado dirigir pelos ferormônios certamente que o mau-caratismo do parceiro viria à tona e seria percebido com clareza pelo outro par. Dificilmente alguém engana a outro alguém no que diz respeito aos seus defeitos individuais, quando estão convivendo intensamente juntos por atração, ainda quando esta seja momentânea, de curta duração. O que acontece é que a paixão e o desejo sexual coital estimulado pelo ferormônio (pois machos e fêmeas emitem o odor ferormônico) do par “crápula” agora detestado, levou o par apaixonado a se esforçar para se enganar, iludir-se, pensando que depois do casamento faria que o outro mudasse. Oculta sob esta ilusão está uma auto-estima exagerada, que faz que o par egoistamente apaixonado acredite que tem o poder de mudar o outro após a união e o moldar segundo suas necessidades e expectativas. Esta crença revela, também, uma expectativa irreal, fantasiosa, infantilizada, de poder, de domínio sobre o outro, que é típica de fases do desenvolvimento infantil. E tende, na vida adulta, a se generalizar para todos os processos que os envolva enquanto casal, o que redundará fatalmente em desentendimentos e trocas de palavras ásperas e ferinas. Tal expectativa irreal põe a claro a imaturidade do par que se ilude pensando que vai poder mudar seu parceiro (ou sua parceira) após o matrimônio. Visto sob este prisma que, infelizmente, é padrão para a maioria esmagadora dos relacionamentos dos casais, o que se une pelos sagrados laços do casamento não são duas pessoas, dois indivíduos plenamente conscientes de si; plenamente senhores de si. O que se une são ilusões, expectativas irreais mútuas, enfim, unem-se duas máscaras individuais, as quais iludem as pessoas por detrás delas. Por isto a relação pode estourar antes dos dois anos ou depois deste prazo, quando um dos dois, mesmo decepcionado, tentará salvar o casamento se sacrificando. Quase sempre a desculpa para este sacrifício são os filhos. Um peso que eles não pediram e não têm porque arcar com.

Nas poucas linhas acima eu mostrei o emaranhado de processos que envolvem o casamento e creio que consegui fazer que meu leitor tenha parado para repensar suas crenças e ilusões sobre este pacto socialmente estatuído como correto entre humanos. Os pais têm de repensar o futuro de seus filhos no que toca ao casamento. Devem olhar mais atentamente para o que “rola” entre os jovens no que diz respeito a relacionamentos. Estes jovens estão perdidos e entre eles estão seus filhos. Não é porque “deram com os burros n’água” em seu próprio matrimônio que se tornaram impotentes para lutar pela felicidade de seus filhos. Sei, perfeitamente, que a maioria esmagadora dos casais desconhece totalmente o que aqui estou abordando. Sei que alguns dos que me lerem e que sejam casados vão-se enquadrar nos quadros que pincelei e se isto lhes acontecer, não apontem o dedo acusador para seu par, mas ao contrário disto, conversem com ele e procurem a ajuda de profissional psicólogo que trate da relação entre casais. Lembrem-se que em um casamento a responsabilidade sobre tudo o que acontece de bom ou de mau, de certo ou de errado, é dos dois. Nenhum par erra sozinho na vida matrimonial. Quando diante do altar, entre os católicos (e atualmente entre os evangélicos também), os enamorados juram que estarão ao lado de seu par na alegria e na tristeza; na riqueza e na pobreza; na saúde e na doença até que a morte os separe. Para cumprir a sentença final deste juramento pesadíssimo (até que a morte os separe) é preciso que cada par daquele casal, antes, tenha tido tempo de estudar, aprender e refletir sobre tudo o que acima falei en passant », a fim de amadurecer profundamente em seu Ser o compromisso que irá assumir perante Deus e os Homens.

O ritual do casamento é sagrado e está muito, mas muito além dos ritos sociais que se sedimentaram ao redor dele. É um compromisso de Espírito a Espírito, mas atualmente os que se casam não têm qualquer noção sobre isto. Fazem-no por muitas razões, menos pelo Sagrado. Portanto, se você é casado e se encontra muito infeliz em seu matrimônio, reveja seus juízos a respeito disto. Procure a responsabilidade do fracasso matrimonial não somente em seu par, mas e principalmente em si mesmo, pois com certeza você colaborou em 50% para que esta situação chegasse aonde chegou. E se você ainda não é casado ou casada e pretende fazer isto, então, releia cuidadosamente este artigo e se se enquadrar em algum de seus parágrafos, procure seu par e de comum acordo busquem aclarar as dúvidas, apaziguar as diferenças e debelar as ilusões falsas, pois só assim o matrimônio poderá ter maior probabilidade de dar certo.

Até nosso próximo encontro e

NAMASTÊ!

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